Saber-se traída na confiança que deposita em alguém, é algo muito difícil de aceitar. Mas, é preciso superar essa vivência e tirar dela aprendizados. Praticar o perdão é algo tão difícil quanto necessário. Necessário porque através dele nos libertamos das algemas invisíveis do ódio, da culpa destrutiva, da mágoa e de todo sentimento que neurotiza a alma. Difícil pela nossa condição de espíritos em evolução moral, ainda prisioneiros de sentimentos inferiores como o orgulho e o egoísmo.
A lei de ação e reação, ensinada pelo Espiritismo, nos ajuda a compreender que colheremos aquilo que plantarmos. Assim, por mais doloridas e amargas que sejam as decepções pelas quais passamos, são sempre fruto das escolhas equivocadas que fizemos no passado, retornando como oportunidade de reparação.
Refletindo com sinceridade, vemos que também cometemos erros, de maior ou menor gravidade, mas erramos. Faz parte do processo de amadurecimento espiritual. Então quando o perdão vem, é como bálsamo numa ferida, acalmando e dando ânimo para recomeçar.
Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode recomeçar e construir um novo fim. A vida é repleta de oportunidades para construção de novos fins.
Erros e acertos fazem parte do processo. Assim, somos professores e alunos uns dos outros. Ora erramos e aprendemos, ora aprendemos e ensinamos. Mas algumas escolhas que fazemos nos levam por rumos inesperados e de início causam alvoroço íntimo. Estas são dificuldades a que estamos sujeitos por termos o poder de escolha sobre os caminhos que queremos seguir. É o que Allan Kardec definiu como livre arbítrio.
Porém, se as experiências difíceis parecem enfraquecer a coragem, por outro lado são através delas que exercitamos a imensa força interior e capacidade de superação que todos temos. Jesus, ao dizer que se tivéssemos a fé do tamanho de um grão de mostarda nada nos seria impossível, afirmava todo o poder que tem a fé. Fé em Deus e fé em nossas próprias forças.
É justamente por essa fé, que temos condições de exercer o auto-perdão às nossas faltas. Arrependimento e remorso são coisas diferentes, apesar da gente geralmente vincular um ao outro.
O arrependimento é primordial para a reparação, mas o remorso destrói todo desejo de melhora; um induz à correção, o outro à punição; o primeiro trás alívio à alma errante, o segundo é punitivo, desespera, deprime e revolta, nada se vê além da própria dor.
Neste contexto, por mais paradoxal que possa parecer, necessitamos aprender a amar a nós mesmos, para nos permitirmos o arrependimento sincero e construtivo. Amar-se não deve ser confundido com o egoísmo.
O auto-amor é de uma importância tão grande que Jesus o classificou como o segundo maior dos mandamentos, vinculado ao amor ao próximo e somente abaixo do mandamento maior, que é o amor a Deus. Amar-se e perdoar-se é tão necessário quanto seguir em frente, transformando o erro com os melhores esforços no bem.
Os amores que vivemos na Terra, estão bem distante ainda do amor universal que teremos um dia uns pelos outros. Mas o que já possuímos é uma sementinha que deve ser cultivada com carinho, compreensão e respeito.
Dessas afinidades entre almas que se querem bem, que se fortalecem na companhia umas das outras tornando mais fácil a jornada, nasceu a teoria das almas gêmeas.
(Adaptado de textos do Blog Espírita Celeiro de Luz)
"Coragem não é revidar, nem cair na exibição de poder.
A coragem verdadeira ergue-se da compreensão e da bênção, quando o desequilíbrio tenta assaltar-te.
Em qualquer circunstância, escora-te no esforço de resguardar o bem.
Quando estiveres a ponto de pronunciar qualquer frase irrefletida ou de empreender a mínima ação contra os outros, ora e silencia, porque o Céu te ouve e Deus te sustentará." (Pelo Espírito MEIMEI. Psicografia de Chico Xavier)
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