quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Renovando atitudes


Na passagem de um ano para o outro costumamos fazer avaliações sobre nós mesmos, nosso comportamento no ano que termina e, a partir daí, tomar decisões para o ano que se inicia. Chegou às minhas mãos o livro “Renovando Atitudes”. Trata-se de um livro baseado no “Evangelho Segundo o Espiritismo”, ditado pelo espírito de Hammed e psicografado pelo médium Francisco do Espírito Santo Neto. Discussões religiosas à parte, eu recomendo o livro para quem quer fazer uma reflexão séria sobre si mesmo e renovar suas atitudes em direção a uma vivencia melhor enquanto permanecemos neste “Vale de Lágrimas”.
Diz o autor: “... não temos a pretensão de impor regras ou determinar caminhos, nem mesmo regulamentar quais as melhores atitudes a serem tomadas. Por termos consciência da imensa diversidade dos níveis de amadurecimento dos seres humanos... fazendo tudo que lhe é possível fazer no momento, ou seja, conduzindo-se no agora com o melhor de si mesmo... Passaríamos por incoerentes se censurássemos um botão de rosa ainda fechado, por não estar já totalmente desenvolvido ou aberto, ou recriminássemos uma roseira por não ter dado a mesma quantidade de botões do que a outra plantada ao seu lado”.
Todos nós temos o mau hábito de julgar nossos semelhantes tomando por base nosso próprio comportamento, sem considerarmos que cada ser humano é único, vivendo em realidades únicas, carregando consigo suas experiências e vivências de acordo com a sua existência. E o que é pior. Esquecemos sempre de que Jesus nos alertou para que não julgássemos os outros, pois que seríamos julgados da mesma forma que julgamos.
O tempo urge e é preciso tirar, primeiro, a trave do nosso olho, antes de tentarmos tirar a trave do olho do nosso irmão. Precisamos antes cuidar do nosso corpo, da nossa fé e do nosso espírito, para estarmos firmes e fortes para poder socorrer a quem nos pedir ajuda. Nestes tempos corridos e agitados não temos tido oportunidades de refletir sobre nós mesmos e avaliarmos nossas atitudes perante os nossos semelhantes.
Nem que seja por alguns minutos, escolhamos um tempo para nós mesmos. Retiremo-nos em silêncio para qualquer lugar tranquilo, longe da agitação mundana, e, invocando o Espírito Santo, reflitamos sobre nós mesmos. Creio que assim conseguiremos fazer de 2011 um ano melhor de verdade.
Apanhe o livro da sua fé, veja os ensinamentos nele contidos e faça sua reflexão. Mas uma coisa é extremamente necessária: Qualquer decisão que tomar deverá vir acompanhada de fé e determinação. Não seja você mais um a resmungar preces sem saber o que está dizendo.
Feliz Ano Novo!

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Ó paz a John o só o sonho jaz a pó

O ex-Beatle Paul Mc Cartney esteve no Brasil no mês passado. Em São Paulo levou 60 mil pessoas ao estádio do Morumbi em cada uma das duas apresentações que fez, numa prova inequívoca da magia que o grupo ainda exerce sob os fãs, mesmo passados mais de 40 anos da sua dissolução.
Neste dia 08 de dezembro completa-se 30 anos que o também ex-Beatle, John Lennon foi assassinado por um fã. Chamou a atenção a foto divulgada de uma jovem fã em Liverpool (cidade inglesa onde surgiu o grupo) beijando uma estátua do ídolo. Provavelmente ela sequer viu alguma apresentação dos Beatles ao vivo.
Os tempos são outros e vivemos uma época, principalmente no Brasil, em que a criatividade musical bateu no fundo do poço. Há que se garimpar muito para colher aqui ou acolá alguma coisa de razoável qualidade. Também os astros são diferentes. Em sua maioria são desprovidos de caráter e propósitos.
Longe de mim saudosismos ou aulas de moralismo. Também os ídolos do meu tempo usavam drogas e se envolviam em escândalos. A diferença é que eles eram criativos, competentes e carregavam consigo alguma esperança de uma sociedade melhor.
“Nós, os Beatles, já passamos da fase das drogas. Tentamos dizer aos jovens: Calma. Ainda há esperança”. Disse John certa vez, alertando para o fato de que as autoridades estavam preocupadas sobre com o que os jovens estavam se drogando, mas não com o por que disso estar acontecendo.
Se vivo estivesse creio que Lennon não gostaria de ver no que desaguou todo aquele movimento dos anos 60, quando os jovens se libertaram dos antigos preconceitos e pregaram a paz e a liberdade, onde ele, Lennon, foi um dos maiores ícones.
Não! Lennon não ficaria feliz, como eu também não estou. Ele está morto, em paz, e eu estou aqui, vivo, para testemunhar que o dinheiro e a política estragam tudo, inclusive propostas de paz e liberdade.
O sonho, realmente, acabou.

P.S. O título é um excelente palíndromo (frase que se pode ler de trás para a frente). Desconheço o autor.

Cristóvam Aguiar

sábado, 4 de dezembro de 2010

A (In)segurança na Bahia

As carceragens dos complexos e delegacias de polícia em todo o estado estão superlotadas, onde presos vivem em condições subumanas e fugas ocorrem com freqüência. Os presídios também estão com superlotação e as estatísticas dão conta de que o número de crimes cresce a cada dia. Não é de hoje que se bate nesta mesma tecla sobre a questão da segurança pública na Bahia.
Segundo dados oficiais, o número de homicídios na Bahia vem aumentando fortemente desde o início de 2007. Os índices de criminalidade beiram ao insuportável. Em Salvador foram 11 homicídios em cerca de 24 horas, segundo noticias veiculadas na imprensa.
Em Feira de Santana, município com cerca de 600 mil habitantes, a situação não é diferente. No mês de novembro a média de um assassinato por dia. O Complexo Policial Investigador Bandeira está com três vezes mais presos do que sua capacidade. A Justiça autorizou soltar 10 criminosos e 20 foram transferidos para a Capital do Estado para amenizar a situação. Mas, o quadro não mudou muito.
A população está assustada. As pessoas de bem estão a cada dia tendo que ficar presas em suas casas, porque os bandidos estão nas ruas. Alguma atitude drástica precisa ser tomada urgentemente. E pensar que o governador Jaques Wagner foi reeleito pelo povo exatamente porque pregava que os governos do Estado e Federal do mesmo partido tudo seria diferente. Os recursos viriam e a Bahia seria outra. Quatro anos de mandato e a Bahia é realmente outra. Mudou, sim, mas, infelizmente, para pior. Pesquisas feitas nos últimos anos apontam a falta de segurança como principal preocupação dos brasileiros, acima até mesmo do desemprego.
Há cerca de um ano o pesquisador do Centro de Estudos de Criminalidade da Universidade Federal de Minas Gerais (Crisp/UFMG), Robson Sávio Reis Souza afirmava que “não se pode culpar uma única questão, é um problema muito complexo. Mas se não há um investimento em política pública que melhore a qualidade da ação policial e se não criam mecanismos para diminuir as desigualdades sociais nos grandes centros urbanos, o problema tende a crescer”.
Pois então, precisamos buscar as causas disso e combatê-las. Noto que, em geral, todos têm preocupação grande com os efeitos da violência, pois todos nós temos medo de assalto, sequestro e tudo mais. Mas pouco ou nada se faz para combater a causa disso.
O que fazer então? A quem recorrer? Fica o questionamento.