O ex-Beatle Paul Mc Cartney esteve no Brasil no mês passado. Em São Paulo levou 60 mil pessoas ao estádio do Morumbi em cada uma das duas apresentações que fez, numa prova inequívoca da magia que o grupo ainda exerce sob os fãs, mesmo passados mais de 40 anos da sua dissolução.
Neste dia 08 de dezembro completa-se 30 anos que o também ex-Beatle, John Lennon foi assassinado por um fã. Chamou a atenção a foto divulgada de uma jovem fã em Liverpool (cidade inglesa onde surgiu o grupo) beijando uma estátua do ídolo. Provavelmente ela sequer viu alguma apresentação dos Beatles ao vivo.
Os tempos são outros e vivemos uma época, principalmente no Brasil, em que a criatividade musical bateu no fundo do poço. Há que se garimpar muito para colher aqui ou acolá alguma coisa de razoável qualidade. Também os astros são diferentes. Em sua maioria são desprovidos de caráter e propósitos.
Longe de mim saudosismos ou aulas de moralismo. Também os ídolos do meu tempo usavam drogas e se envolviam em escândalos. A diferença é que eles eram criativos, competentes e carregavam consigo alguma esperança de uma sociedade melhor.
“Nós, os Beatles, já passamos da fase das drogas. Tentamos dizer aos jovens: Calma. Ainda há esperança”. Disse John certa vez, alertando para o fato de que as autoridades estavam preocupadas sobre com o que os jovens estavam se drogando, mas não com o por que disso estar acontecendo.
Se vivo estivesse creio que Lennon não gostaria de ver no que desaguou todo aquele movimento dos anos 60, quando os jovens se libertaram dos antigos preconceitos e pregaram a paz e a liberdade, onde ele, Lennon, foi um dos maiores ícones.
Não! Lennon não ficaria feliz, como eu também não estou. Ele está morto, em paz, e eu estou aqui, vivo, para testemunhar que o dinheiro e a política estragam tudo, inclusive propostas de paz e liberdade.
O sonho, realmente, acabou.
P.S. O título é um excelente palíndromo (frase que se pode ler de trás para a frente). Desconheço o autor.
Cristóvam Aguiar
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