quinta-feira, 29 de agosto de 2013

A OBSESSÃO PELO MELHOR



Recebi este texto da jornalista Leila Ferreira* por email. Me identifiquei tanto que resolvi compartilhar  com os amigos. As pessoas estão tão obcecadas em "ter" que esquecem do "ser". Essa busca pelo "melhor", muitas vezes nos faz perder o essencial da vida.


Estamos obcecados com "o melhor".
Não sei quando foi que começou essa mania, mas hoje só queremos saber do "melhor".
Tem que ser o melhor computador, o melhor carro, o melhor emprego, a melhor dieta, a melhor operadora de celular, o melhor tênis, o melhor vinho
Bom não basta.
O ideal é ter o top de linha, aquele que deixa os outros pra trás e que nos distingue, nos faz sentir importantes, porque, afinal, estamos com "o melhor".
Isso até que outro "melhor" apareça e é uma questão de dias ou de horas até isso acontecer.
Novas marcas surgem a todo instante.
Novas possibilidades também. E o que era melhor, de repente, nos parece superado, modesto, aquém do que podemos ter.
O que acontece, quando só queremos o melhor, é que passamos a viver inquietos, numa espécie de insatisfação permanente, num eterno desassossego.
Não desfrutamos do que temos ou conquistamos, porque estamos de olho no que falta conquistar ou ter.
Cada comercial na TV nos convence de que merecemos ter mais do que temos.
Cada artigo que lemos nos faz imaginar que os outros (ah, os outros...) estão vivendo melhor, comprando melhor, amando melhor, ganhando melhores salários.
Aí a gente não relaxa, porque tem que correr atrás, de preferência com o melhor tênis.
Não que a gente deva se acomodar ou se contentar sempre com menos.
Mas o menos, às vezes, é mais do que suficiente.
Se não dirijo a 140, preciso realmente de um carro com tanta potência?
Se gosto do que faço no meu trabalho, tenho que subir na empresa e assumir o cargo de chefia que vai me matar de estresse porque é o melhor cargo da empresa?
E aquela TV de não sei quantas polegadas que acabou com o espaço do meu quarto?
O restaurante onde sinto saudades da comida de casa e vou porque tem o "melhor chef"?
Aquele xampu que usei durante anos tem que ser aposentado porque agora existe um melhor e dez vezes mais caro?
O cabeleireiro do meu bairro tem mesmo que ser trocado pelo "melhor cabeleireiro"?
Tenho pensado no quanto essa busca permanente do melhor tem nos deixados ansiosos e nos impedido de desfrutar o "bom" que já temos.
A casa que é pequena, mas nos acolhe.
O emprego que não paga tão bem, mas nos enche de alegria.
A TV que está velha, mas nunca deu defeito.
O homem que tem defeitos (como nós), mas nos faz mais felizes do que os homens "perfeitos".
As férias que não vão ser na Europa, porque o dinheiro não deu, mas vai me dar à chance de estar perto de quem amo...
O rosto que já não é jovem, mas carrega as marcas das histórias que me constituem.
O corpo que já não é mais jovem, mas está vivo e sente prazer.
Será que a gente precisa mesmo de mais do que isso?
Ou será que isso já é o melhor e na busca do "melhor" a gente nem percebeu?

 
"Sofremos demais pelo pouco que nos falta e alegramo-nos pouco pelo muito que temos." (Shakespeare)
  
*Leila Ferreira é uma jornalista mineira com mestrado em Letras e doutora em comunicação em Londres. Apesar disso, optou por viver uma vida mais simples, em Belo Horizonte..

terça-feira, 27 de agosto de 2013

RECOMEÇAR OU MORRER



A águia é a ave de maior longevidade. Chega a viver 70 anos. Mas para chegar a esta idade, lá pelos 40 anos precisa tomar uma decisão difícil. Não existe alternativa. E isto acontece porque as unhas flexíveis e compridas não mais conseguem agarrar suas presas, de que se alimenta. O bico alongado e pontiagudo se curva, apontando na direção do peito e as asas envelhecidas e pesadas, em função das grossas penas, não mais conseguem voar. Aparentemente, essa ave é um doente terminal.

SURGE a necessidade de uma decisão: morrer ou enfrentar um doloroso processo de renovação, que irá durar cerca de cinco meses. Ela se recolhe a um abrigo seguro, entre as rochas de uma montanha. Com decisão e teimosia, começa a bater com o bico na rocha até que ele acabe caindo. Depois espera, pacientemente, que cresça um novo bico e com ele vai arrancar as unhas e as penas. Somente 150 longos dias após ela renovada, em condições de viver mais trinta anos.

PROCESSO mais ou menos semelhante precisa acontecer com as pessoas. Em determinada etapa da vida, envolvida pela rotina, a pessoa não mais sente o sabor dos sonhos acalentados e, irremediavelmente, envelhece. Caminha encurvada, perde o brilho do olhar e chega à conclusão de que só resta esperar a morte. Esse é o momento da decisão. Ou sobrevive, amargurada, em meio às sombras, ou parte para a renovação.

RENOVAR-SE é redimensionar a própria vida, estabelecer novos limites e novas metas. É a hora da transformação. É a hora de começar a pensar mais nos outros do que em si mesmo. É a hora de valorizar mais as coisas do espírito. É a hora que se abre à extraordinária dimensão do serviço e da gratuidade. É a hora de organizar nova escala de valores.

POR VEZES, as pessoas fazem confusão, não distinguindo valores de costumes. Os primeiros são permanentes, os outros são secundários. É sempre bom aprender a negociar com os outros e admitir, afinal, que ele  não é o dono da verdade. Todo ganho supõe uma perda. Toda perda pode-se abrir para um ganho.

EM QUALQUER etapa da vida podemos descobrir novos valores. O Evangelho nos mostra que é possível sempre recomeçar. É evidente que isso tem um preço a ser pago. É preciso jogar fora muita coisa do passado, mas a recompensa será voar novamente e viver em plenitude até o fim.

+ Itamar Vian
Arcebispo Metropolitano
di.vianfs@ig.com.br

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Razões para Crermos em Deus

"Nós ainda estamos no amanhecer da era científica, e todo o aumento da luz revela mais e mais a obra de um Criador inteligente.
        Nós fizemos descobertas estupendas; com um espírito de humildade científica e de fé_fundamentada_no_conhecimento estamos nos aproximando de uma consciência de Deus.
        Eis algumas razões para minha féAtravés da lei matemática podemos provar sem erro que nosso universo foi projetado e foi executado por uma grande inteligência de engenharia.
        Suponha que você coloque dez moedas de um centavo, marcadas de um a dez, em seu bolso e lhes dê uma boa agitada. Agora tente pegá-las na ordem de um a dez,  pegando uma moeda a cada vez que você agita o bolso. Matematicamente sabemos que:
  • a chance de pegar a número um é de um em dez; 
  • de pegar a um e a dois em seqüência é de um em 100; 
  • de pegar a um, dois e três em seqüência é de um em 1000 e assim por diante; 
  • sua chance de pegar todas as moedas, em seqüência, seria de um em dez bilhões. 
        Pelo mesmo raciocínio, são necessárias as mesmas condições para a vida na Terra ter acontecido por acaso:
  • Terra gira em seu eixo 1000 milhas por hora no Equador; se ela girasse 100 milhas por hora, nossos dias e noites seriam dez vezes mais longos e o Sol provavelmente queimaria nossa vegetação de dia enquanto a noite longa gelaria qualquer broto que sobrevivesse.
  • Novamente o Sol, fonte de nossa vida, tem uma temperatura de superfície de 10.000 graus Fahrenheit, e nossa Terra está distante bastante para que esta "vida eterna" nos esquente só o suficiente! Se o Sol desse somente metade de sua radiação atual, nós congelaríamos, e se desse muito mais, nos assaria. 
  • A inclinação da Terra a um ângulo de 23 graus, nos dá nossas estações; se a Terra não tivesse sido inclinada assim,vapores do oceano moveriam-se norte e sul, tranformando-nos em continentes de gelo.
  • Se nossa lua fosse, digamos, só 50.000 milhas mais longe do que hoje, nossas marés poderiam ser tão enormes que duas vezes por dia os continentes seriam submergidos; até mesmo as mais altas montanhas se encobririam.
  • Se a crosta da Terra fosse só dez pés mais espessa, não haveria oxigênio para a vida.
  • Se o oceano fosse só dez pés mais fundo o gás carbônico e o oxigênio seriam absorvidos e a vida vegetal não poderia existir. 
        É perante estes e outros exemplos que NÃO HÁ UMA CHANCE em um bilhão que a vida em nosso planeta seja um acidente.
        É cientificamente comprovado,  o que o salmista disse: "Os céus declaram a Glória de Deus e o firmamento as obras de Suas mãos."  
 
Fontes:
www.guia.heu.nom.br, por colaboração de José Antonio Castelo;
Por: A. Cressy Morrison, ex-Presidente da Academia de Ciências de Nova Iork;
Romeu Leonilo Wagner, Belém, Pará. 
 
Publicado em http://www.redeamigoespirita.com.br

Para Não Dizer que... Não Falei das Flores... E da Paz

  Hoje, algo mudou. Hoje, olhamos para o espaço e buscamos o céu azul e límpido, num anseio natural por aquilo  que ele, o céu, pode transmitir.

Descemos o olhar e buscamos as flores e as plantas. Sorrimos para o animal e para a criança, entendendo o momento em que estagiam.

   Excursionamos o pensamento nas coisas próximas e distantes que materializamos em ação, com o nosso infinito poder de co-criar.

Olhamos para o outro, o nosso próximo (ainda uma incógnita), com menos receio e menor desconfiança, pois sabemos que:

Se sorrirmos, ele também será capaz de sorrir, 
Se o sorriso vier acompanhado de bons sentimentos,
Será estabelecido, de forma imediata, um diálogo mudo,
Mas repleto de energias positivas que nos alimentará a alma de forma incessante.

Se houver um abraço, um toque de mãos,
Selaremos na matéria o que o Espírito iniciou.

A capacidade de concretizar em ato, o que ele, o Espírito, cria em sentimentos.

Se o outro sofrer, sofreremos juntos,
Se ele vier a chorar, seremos capazes de mesclar as nossas lágrimas.

No entanto, tudo isto não basta, pois a Solidariedade é apenas o primeiro passo para o exercício da Fraternidade.

  Esta sim é complexa, pois vê no outro o seu igual.

—  Prestemos atenção na Natureza:

Ela conversa conosco, num diálogo contínuo de Amor e Paz,
Nas tempestades e nas manifestações telúricas dos vulcões, terremotos e maremotos.

Temos a ação disciplinadora e saneadora do Plano Divino da Criação,
No entanto, aos nossos olhos são calamidades.

Nos animais, o instinto de sobrevivência os impele a saciar a fome premente e a perpetuar a espécie,
Ao nosso ver, são agressões e violência.

A severidade das manifestações naturais escapa-nos à compreensão, parecendo-nos incompatíveis com o equilíbrio e a razão,
Porém, em tudo isto há harmonia.

Espécies que se sucedem nas experiências vitais, a própria terra se manifesta, estuante de vida, nas estações, onde periodicamente a natureza ora adormece, ora desperta, plena de vitalidade e beleza, num movimento incessante de renovação.

E o ser humano?
Ah, o ser humano...

Este, criado à imagem e semelhança de Deus, seu Criador, por meio do maior representante desta Paternidade em nosso meio, descobriu que era partícipe da divindade.

Pois Ele revelou-nos:
—  "Sois deuses".

Dotado do mais incrível potencial de que jamais outro Ser será capaz; realizado nas instâncias evolutivas, pode refletir em si mesmo as luzes com as quais foi feito.

  Embora partícipe da Criação, no entanto, ainda traz em si o lado vazio e escurecido do mal ainda não transformado em bem - este o drama da sua dualidade moral.

Preso a esse vazio existencial, luta consigo mesmo, expressando na relação com o outro, o seu inconformismo e a sua inadaptação. Conclamado às instâncias superiores da existência, ainda estagia na dialética do ódio e da agressividade primários.

—  Contudo:

Rasga-se a carne,
Permanece o Espírito.

Agride-se o corpo,
Permanece a essência.

Nada se destrói, tudo se transforma.

—  Vão-se as construções materiais:

Fica o Espírito necessitado,
Perambulando por entre os escombros,
Gritando a sua dor e a ignorância da própria realidade.

Hoje, porém, algo mudou. Embora a Natureza continue o seu ciclo dialético, o homem se renovou, pois foi capaz de parar e refletir.

  Refletir em sua imensa capacidade de ser bom, mas também, no quanto a sua ignorância do bem o leva a cometer desatinos, em nome de algo que simbolize o seu apego à transitoriedade.

Violência e agressão são formas de manifestação da imensa ausência de paz interior.

  E sabedores disto, os representantes do Encontro de Líderes Religiosos e Espirituais pela Paz Mundial, promovido pela ONU, em Nova York, reproduziram, no Compromisso com a Paz Global.

Que nenhum indivíduo, grupo ou nação pode viver no nosso mundo em um microcosmo isolado, independente, mas que, ao contrário, todos devem compreender que cada ação nossa tem impacto sobre os outros e na emergente comunidade global.

  Isto é o reconhecimento patente de que deixamos de viver apenas para a nossa parentela consanguínea, transitória, para transcender, abrangendo, no tempo e no espaço, a todos os que permutam a parentela espiritual.

—  Ao reconhecer como irmãos a todos com os quais falava:

Os nossos desatinos,
Ao voltar da aflição e da morte,
Ao perdoar, na cruz de suas imensas dores...

... Jesus provou, veementemente, a nossa verdadeira realidade.

—  Não mais circunscrita em aldeias, mas aberta,

Nas grandes metrópoles,
Bem como nas vilas distantes,
Nos lugarejos e nas megalópoles.
Ao perdoar, na cruz de suas imensas dores.

Somos irmãos - esta é a grande realidade.

E se o ódio nos destrói e amarga por dentro, o amor será como um lenitivo balsamizando feridas, abertas pela nossa imensa carência espiritual.

  Na pele e no coração daqueles que, equivocadamente, continuamos a chamar de nossos inimigos.

Sonia Theodoro da Silva.