sexta-feira, 30 de março de 2012

Reconciliação

Os meus discípulos serão conhecidos por muito se amarem.
Relativamente à vida presente, a reconciliação com os adversários proporciona uma série de inapreciáveis benefícios.
Paz na Consciência – o maior tesouro que o homem pode desejar no mundo.
Ausência de inquietações e remorsos – patrimônio que ajuda na aquisição do equilíbrio interior .
Sono tranquilo – assegurando bem-estar espiritual enquanto o corpo descansa.
Despertar sereno – premiando o coração que se enriqueceu de experiências novas, no contato com benfeitores desencarnados .
Construção de preciosas amizades, nesta e na vida extrafísica – o que é fundamental para todos nós, especialmente os imortalistas – reencarnacionistas.
A inimizade é uma brasa no coração humano.
Queima, fere, abre chagas profundas.
Faz sangrar por muito tempo.
Quando nos dispusermos a compreender e seguir o conselho do Mestre -”Os meus discípulos serão conhecidos por muito se amarem” -, nossos corações inundar-se-ão de um júbilo diferente.
De um júbilo sublime, que nenhum tesouro do mundo pode substituir ou compensar.

Feliz a criatura que diariamente, após honesto exame de consciência, pode dizer:
” A minha alma está virgem de ressentimentos! Não sinto, dentro de mim, nem ódio, nem rancor, nem desejos de vingança ! Não tenho inimigos! A todos estimo, a todos prezo, a todos desejo o bem! Podem existir criaturas que não me compreendam as atitudes, o idealismo, mas eu as compreendo!”

Como se vê, a Reencarnação, fazendo luz sobre a palavra evangélica, é, realmente, benéfica e construtiva..
Favorece a extinção não só dos antagonismos do pretérito, em geral promovidos por nós mesmos, como também ajuda a dissolver as inimizades que a nossa invigilância forjou no presente .
Com vistas ao Amanhã, a confraternização com os adversários, em outras palavras, a reconciliação com os inimigos, aconselhada por Jesus, apresenta vantagens, de natureza espiritual, imprescindíveis ao nosso progresso.
Assegura-nos, hoje, aquela euforia que nos dará, amanhã, em definitivo, a verdadeira felicidade .
A maioria das obsessões resulta de ódios que se fixaram, no Tempo e no Espaço, na poeira dos séculos e milênios, pela incapacidade do perdão recíproco.
Conhecemos casos de vingança que atravessaram a noite escura dos tempos, desceram ao abismo dos milênios, levando hoje à alucinação e à delinquência almas que praticaram ou se acumpliciaram em crimes hediondos…
A estima fraternal garante, para o porvir de nossas lutas evolutivas, reencarnações liberadas de penosos compromissos e dolorosas consequências.
O desatamento de laços hostis, ou, simplesmente, antipáticos, que muita vez distanciam companheiros de jornada, abre aos nossos Espíritos sublimes oportunidades de construirmos, em vez de apenas reconstruirmos.
Tais considerações, formuladas à base do raciocínio palingenésico, demonstram a sabedoria de Jesus, quando afirmou que o Espírito de Verdade restauraria os Seus ensinamentos.
Quanta lógica e quanto bom-senso!
Quanta claridade nos conceitos evangélicos, se interpretados à luz do Espiritismo !
O nosso coração se enriquece, a nossa alma se torna feliz, a nossa consciência se ilumina, por havermos aceito esta fortuna, este patrimônio inavaliável que o Cristo de Deus, através da personalidade missionária de Allan Kardec, legou à Humanidade planetária.

Reconciliemo-nos, pois, com os adversários, de ontem e de hoje, Se os tivermos, na certeza inabalável de que o perdão irrestrito, com o esquecimento de toda a falta, abrir-nos-á a porta que nos introduzirá, mais tarde, no Santuário de Luz da Vida Infinita.

E não esqueçamos, a benefício da nossa própria felicidade, agora e sempre, a suave advertência de Nosso Senhor Jesus-Cristo: -”Os meus discípulos serão conhecidos por muito se amarem. ”

Martins Peralva (extraído do livro Estudando o Evangelho – À Luz do Espiritismo – 2º ed. FEB)

quarta-feira, 28 de março de 2012

Tempo de Refletir e Perdoar

Estamos prestes a entrar na Semana Santa, quando os cristãos, especialmente os católicos, celebram a Paixão e Morte de Jesus, o Cristo, propondo reflexões, preces e atos de piedade. Há toda uma preparação durante a quaresma, que se inicia na quarta-feira de cinzas e encerra no domingo de Páscoa, que significa passagem da morte para a vida imortal.

Tudo isso é válido sim, mas, somente se realmente existir o amor e a caridade. De nada adianta passar a semana inteira jejuando, participando das celebrações da Igreja, se abstendo de algo que considere sacrifício, se for apenas um ato mecânico para mostrar as outras pessoas que é religioso, que é bonzinho. Assim como no Natal, este também é tempo de renovação, de uma nova edificação. Para tanto é preciso limpar o terreno da alma e do coração, livrando-nos das mágoas e rancores. Retirar os entulhos do medo, da incerteza, da insegurança e dos ressentimentos. Esquecer as amarguras do passado e viver o presente, o hoje, o agora. Perdoar antes de pedir perdão, como Jesus nos ensinou. 

Como está escrito na obra de Chico Xavier "Pai Nosso", quando pronunciamos as palavras “perdoa as nossas dividas, assim como perdoamos aos nossos devedores, não apenas estamos à espera do benefício para o nosso coração e para a nossa consciência, mas estamos igualmente assumindo o compromisso de desculpar os que nos ofendem". E esta é uma época bem propícia para rever estas questões. Diz o texto ditado pelo espírito Meimei que todos possuímos a tendência de observar com evasivas os grandes defeitos que existem em nós, reprovando, entretanto, sem exame, pequeninas faltas alheias. E é por isso que Jesus nos ensinou a orar recomendando esquecer qualquer mágoa que alguém nos tenha causado. 

"Se não oferecermos repouso à mente do próximo, como poderemos aguardar o descanso para os nossos, pensamentos?
Será justo conservar todo o pão, em nossa casa, deixando a fome aniquilar a residência do vizinho?
A paz é também alimento da alma, e, se desejamos tranquilidade para nós, não nos esqueçamos do entendimento e da harmonia que devemos aos demais. 

Quando pedirmos a tolerância do Pai Celeste em nosso favor, lembremo-nos também de ajudar aos outros com a nossa tolerância.
Auxiliemos sempre. 

Se o Senhor pode suportar-nos e perdoar-nos, concedendo-nos constantemente novas e abençoadas oportunidades de retificação, aprendamos, igualmente, a espalhar a compreensão e o amor, em benefício dos que nos cercam." 

Por isso, continuo na luta para esquecer as mágoas do passado e creio que, graças a Jesus, tenho conseguido. Mas, para continuar minha caminhada em paz, anda tem coisas que preciso fazer constantemente. Perdoar aos outros e a mim mesma. Sei que não tenho o direito de julgar ninguém. Acredito que nada acontece por acaso, por tanto, continuo orando por todas as pessoas que me causaram algum tipo de dano, para que encontrem seu caminho e sejam muito felizes, nesta e nas próximas vidas. Nunca desejei mal algum a ninguém, apesar de ter ficado magoada, momentaneamente, com atitudes que considerei maldades que fizeram contra mim.

E, se por acaso, alguém se sentiu maltratado por mim, peço que me perdoe, porque, com certeza não foi a minha real intenção. Peço que não guardem mágoa no coração e perdoem até a si mesmos. Isso só lhes fará bem.
Desejo a todos muita luz e sabedoria!


(Com trechos da obra Pai Nosso de Francisco Cândido Xavier. Ditado pelo Espírito Meimei.)

terça-feira, 27 de março de 2012

O espírita e a páscoa

Jesus, quando esteve na terra, trouxe uma mensagem totalmente inovadora, baseada no perdão, no amor e na caridade.
Para aquele povo ainda tão materialista e primitivo foi difícil aceitar um novo Messias manso e pacífico, quando esperava um líder guerreiro e libertador da escravidão.
Os governantes da época temeram ser ele um revolucionário que ameaçaria o poder por eles constituído.
mensagem de páscoa espírita
Por esses motivos, Jesus foi condenado à morte, crucificado, maneira pela qual os criminosos eram executados. Como um ser de elevada evolução reapareceu em espírito - não em corpo material - aos apóstolos e a várias pessoas.
Assim ele comprovou a existência do espírito, bem como a sobrevivência após a morte física e incentivou a continuidade da divulgação de sua mensagem, missão essa desempenhada pelos apóstolos e seus seguidores.
A ciência já comprovou a impossibilidade da ressurreição, ou seja, voltar a viver no mesmo corpo físico após a morte deste, pois poucos minutos após a morte os danos causados ao cérebro são irreversíveis, já se iniciando o processo de decomposição da matéria.
Jesus, portanto, só se mostrou com o seu corpo perispirítico, o que explica o fato de só ter sido visto pelos que ele quis que o vissem. Se ele ressuscitasse em seu corpo carnal estaria contrariando as leis naturais, criadas por Deus.
Sabemos que para Deus nada é impossível, portanto poderia Ele executar milagres.
Mas iria Ele derrogar as leis que Dele próprio emanaram?
Seria para atestar seus poderes?
O poder de Deus se manifesta de maneira muito mais imponente pelo grandioso conjunto de obras da criação e pela sábia previdência que essa criação revela, desde as partes mais gigantescas às mínimas, como a harmonia das leis que regem o universo.
Através do Espiritismo compreendemos que não existem milagres, nem fatos sobrenaturais.
A Doutrina codificada por Allan Kardec não possui dogmas, rituais, não institui abstinências alimentares, nem possui comemorações vinculadas a datas comerciais e cívicas. Por isso os espíritas não comemoram a morte nem o reaparecimento de Jesus.
O Espiritismo nos ajuda a entender os acontecimentos da passagem de Jesus no plano terra e esclarece que a Páscoa é uma festividade do calendário adotada em nossa sociedade por algumas religiões.
Para os espíritas a Páscoa, como qualquer outro período do ano, deve ser um momento de reflexão, estudos e reafirmação do compromisso com os ensinamentos do mestre, a fim de que cada um realize dentro de si, e no meio em que vive, o reino de paz e amor que ele exemplificou.
O maior milagre que Jesus operou, o que verdadeiramente atesta a sua superioridade, foi a revolução que os seus ensinamentos produziram no mundo, apesar da exigüidade dos seus meios de ação.

Texto Publicado no Boletim informativo do Grupo Espírita Seara do Mestre. Formatação*Carlos Roberto Musica*Luz Sagrada Áurio Corrá

sexta-feira, 23 de março de 2012

Religião e espiritualidade

Cristóvam Aguiar
Esta semana duas mulheres bateram à nossa porta. Queriam falar conosco sobre religião. Maura disse que não podia ouvi-las, pois estava ocupada, mas uma delas insistiu convidando-a a “comemorar a morte de Jesus”. Já irritada com as duas “queima panelas” (é assim que ela as chama), Maura disse que não comemora a morte e sim a vida. Disse isso dando as costas e deixando as duas embasbacadas.

            Toda religião tem seu valor e cada pessoa tem o direito de escolher a sua e viver de acordo com aqueles ensinamentos. Isso é livre arbítrio. E eu vejo que cada pessoa escolhe a sua religião de acordo com a sua capacidade de entendimento e com a sua realidade existencial. Eu fui criado no seio de uma família católica. Fui batizado, casei e batizei meus filhos na igreja católica. Fui cursilhista, trabalhei e sempre que convocado não me nego a trabalhar pela igreja católica. Como também não me nego a trabalhar por qualquer igreja respeitável.

            O que não admito é essa manipulação que as seitas (e alguma religiões também) fazem com as pessoas. Essas pessoas, as tais “queima panelas”, são pobres coitadas, inocentes úteis utilizadas por espertalhões para conquistar mais adeptos, mais dizimistas para engordar suas contas bancárias, utilizando para isso o nome de Jesus.

            Os mentores destas seitas vivem a realidade dos materialistas, dos espertos (não despertos), e seus seguidores em geral são seres fragilizados por algumas desventuras da vida, portanto, fáceis de manipular, e que acreditam piamente esta fazendo um trabalho em prol do bem da humanidade. Mas, ainda assim, vivendo dentro das suas realidades.

            A curiosidade cedo me fez questionar sobre quem sou, o que sou, de onde vim, onde estou e para onde vou. As respostas que encontrava não me satisfaziam, e foi assim que andei em terreiros de candomblé, igrejas as mais diversas, centros espíritas e até pesquisei e viajei buscando conhecimento sobre antigas religiões.
            E assim me tornei um espiritualista. Há poucos dias me deparei com um texto que mostra a diferença entre religião e espiritualidade. Vou mostrar algumas: Religião é para os que dormem. Espiritualidade é para os que estão despertos; Religião é para quem necessita que alguém lhes diga o que fazer e querem ser guiados. A espiritualidade é para os que prestam atenção à sua voz interior; Religião ameaça e amedronta. Espiritualidade dá paz; Religião fala de pecado e de culpa. Espiritualidade diz: “aprenda com o erro”; Religião inventa. Espiritualidade descobre; Religião é causa de divisões. Espiritualidade promove União; Religião lhe busca para que acredite. Espiritualidade você tem que buscá-la. Religião é adoração. Espiritualidade é Meditação. E por fim, religião promete para depois da morte. Espiritualidade é encontrar Deus em nosso Interior durante a vida.
            Tenham todos um dia de paz!

*Cristóvam Aguiar é escritor, radialista e jornalista.

quinta-feira, 22 de março de 2012

Vida de verdade.



"Por muito tempo, eu pensei que a minha vida fosse se tornar uma vida de verdade.
Mas sempre havia um obstáculo no caminho, algo a ser ultrapassado antes de começar a viver, um trabalho não terminado, uma conta a ser paga, aí sim, a vida de verdade começaria.
Por fim, cheguei à conclusão de que esses obstáculos eram a minha vida de verdade.
Essa perspectiva tem me ajudado a ver que não existe um caminho para a felicidade.
A felicidade é o caminho!

Assim, aproveite todos os momentos que você tem.
E aproveite-os mais se você tem alguém especial para compartilhar, especial o suficiente para passar seu tempo; e lembre-se que o tempo não espera ninguém.

Portanto, pare de esperar até que você termine a faculdade; até que você volte para a faculdade; até que você perca 5 kg; até que você ganhe 5 kg; até que seus filhos tenham saído de casa; até que você se case; até que você se divorcie; até sexta à noite até segunda de manhã; até que você tenha comprado um carro ou uma casa nova; até que seu carro ou sua casa tenham sido pagos; até o próximo verão, outono, inverno; até que você esteja aposentado; até que a sua música toque; até que você tenha terminado seu drink; até que você esteja sóbrio de novo; até que você morra; e decida que não há hora melhor para ser feliz do que agora mesmo...
Lembre-se: felicidade é uma viagem, não um destino."  

Este texto creditado a Henfil, fez com que me visse num espelho. Num passado recente eu vivia querendo resolver todos os problemas que achava que existiam, para poder começar a viver. Me fechei num casulo e por pouco não desestruturei minha família. Foi preciso uma grande sacudida para acordar e perceber que se o problema tem solução não devemos nos preocupar porque podemos acabar com ele. Se não tem solução, também não devemos nos preocupar, porque não podemos resolve-lo. Dai comecei a viver um dia de cada vez. Descobri que não precisamos ir atrás da felicidade, porque ela está dentro de nós e que temos que vivencia-la aqui e agora. Que o único tempo que existe é o presente, pois, o passado, não volta, e só serve para acumularmos experiências e aprendizado. O futuro, ainda virá e será presente. Para que desperdiçar o hoje pensando nisso?

Aprendi que é preciso por em prática o desapego das coisas materiais para o aperfeiçoamento do espírito e que, para isso, é necessário agirmos mais com o coração sem abandonarmos a razão. E que isso é possível através da prática da verdadeira caridade e do amor ao próximo, como Jesus nos ensinou. Não esperemos a Páscoa, o Dia das Crianças ou o Natal para estender a mão a um irmão necessitado. A verdadeira caridade não é dar uma cesta básica, uma roupa usada ou um brinquedo a uma criança carente. Uma palavra, um gesto de carinho, um sorriso ou um simples olhar pode ser muito mais útil. Lembremo-nos que ninguém é tão pobre que não possa dar e nem tão rico que não precise de algo.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Além das palavras

Além das Palavras

Há pessoas que choram por saber que as rosas têm espinho,
Há outras que sorriem por saber que os espinhos têm as rosas!
Dê a quem voce ama asas para voar raízes para voltar e motivos para ficar...
Não viva no passado, não sonhe com o futuro, concentre a mente no momento presente...
E se choras por ter perdido o sol, as lágrimas não te deixarão ver as estrelas...
Os olhos são as janelas do sentimento.
O sorriso mente, mas os olhos entregam...
O que as palavras não dizem
Os olhos falam.
O bem que você faz será esquecido...
Faça o bem mesmo assim.
A melhor saída é seguir em frente.
Ame alguém, quando esse alguém menos merecer,
pois é nesse momento que esse alguém mais precisa do seu amor...
Não ame pela beleza, um dia acaba...
Não ame por adimiração, um dia você se decepciona...
Apenas ame, pois o tempo não apaga.
A vida é como um espelho, obtemos os melhores resultados, quando sorrimos.
Não viva esperando a tempestade passar, aprenda a dançar na chuva.
A vida é um livro e viver é como escrever sem borracha.
Você não pode voltar e fazer um novo começo...
Você pode sim, mudar e fazer um novo FIM.

segunda-feira, 19 de março de 2012

A difícil arte de dizer não

“Desde que me cansei de procurar, aprendi a encontrar; Desde que o vento começou a soprar-me na face, velejo com todos os ventos.” (Nietzsche)
 
A semana passou dolorosa na região da cervical, abalando minhas estruturas – emocional e física. Uma cartela de antiinflamatório depois, ainda sinto dores principalmente ao me virar na cama ou tentar as habituais torções na aula de ioga. Há algumas semanas, tirando uns dias de férias, estive nas mãos de uma massoterapeuta que me alertou: sua cervical necessita de cuidados. Demanda cuidado permanente para acabar com aquelas dores de cabeça que eu não sabia de onde vinham e evitar consequencias mais sérias no futuro – seja lá o que isso quer dizer. Tudo fruto de uma rigidez que tomou conta dessa região castigada por anos diante do computador e toda sorte de experimentações corporais – das pesadas aulas de ginástica localizada à Ashtanga. Mas não é só isso: a cervical carrega quase tudo. A consciência e a inconsciência, as emoções, a culpa, o medo, a raiva, a frustração, a histeria, a inércia, o excesso de esforço. Carrega tudo o que nos vai pela cabeça e todas as preocupações de uma rotina diária – e de uma vida inteira.

Percebi que a dor se acentua quando viro o pescoço para os lados, tentando realizar o simples gesto de dizer não com a cabeça. Parece simples, mas dizer sim é muito mais fácil. O travamento no pescoço dificulta o não, tão difícil no dia a dia – e na vida. Dizer não tem sido tema frequente no meu processo de autoconhecimento. É no mínimo curioso e simbólico que exatamente enquanto discuto a capacidade – e a necessidade vital – de dizer não na hora certa, a região responsável por comandar esse simples gesto se trave completamente.

O travamento marca o momento em que decido exercitar o Não.  Porque dizer não quando se quer dizer não – ainda que seja difícil – é manter a coerência em dia com o que se sente. Basta perceber como tudo muda na vida de uma criança no momento em que ela descobre que é capaz de dizer não. Liberdade!

Você já reparou como se diz o Sim – o gesto, em si? Dizer sim é abaixar a cabeça, repetindo o ancestral gestual dos rituais religiosos…uma espécie de servidão e conformismo. O gestual do Sim é submissão, uma entrega representada pela postura curva de quem consente. Em que momento da nossa história isso virou consenso – o gesto de dizer sim, o de dizer não, me atiça a curiosidade.

O fato é que dizer não depende da postura altiva e de um esforço extra que, no meu caso, está dolorido. A dor física irá passar, claro, mas o desafio que permanece é ajustar a trava interna – aquela espécie de Poliana que habita secretamente cada um de nós – e que privilegia o Sim no lugar do Não.

Claudia Penteado (Mulher 7 X 7)

domingo, 18 de março de 2012

DUAS VIDAS.

Será que a opinião pública está tão interessada na visão que Narcisa Tamborindeguy ou Adriane Galisteu têm da vida? A julgar pelo espaço que a mídia dedica a esse tipo de formador (?) de opinião, o Brasil virou um imenso castelo de caras.

Adriane Galisteu, após seu casamento relâmpago, falou às páginas amarelas de Veja e deu aula magna de insensibilidade, egoísmo e sinceridade! Estranha mistura, mas a moça tem razão quando se diz sincera. Ela não engana, revela-se de corpo e alma e o retrato que aparece é assustador!

Adriane teve uma infância atribulada, perdeu o pai aos quinze anos, ainda pobre, e um irmão com AIDS quando já não era tão pobre. Não tinha um tostão para comprar um pastel sequer.
— Meu irmão estava doente. Minha mãe ganhava 190 reais do INSS, meu pai já havia morrido. Sustentava todo mundo e não tinha poupança alguma.
Peço licença a Adriane, mas vou falar de outra infância triste de mulher, a de Rosa Célia Barbosa.
Seu admirável perfil surgiu em reportagem recente da Vejinha sobre os melhores médicos do Rio. Alagoana, pequena, 1,50 m, começou sua odisséia aos sete anos, largada num orfanato em Botafogo, RJ. Rosa chorou durante meses.
— Toda mulher que aparecia no orfanato achava que era minha mãe que vinha me buscar. Depois de certo tempo, desisti.
Voltemos a Adriane. Ela é rica,  bem-sucedida e resolveu nunca mais passar fome. Até aí, tudo bem. Mas é desconcertante ver como o sofrimento pode levar à total insensibilidade.
Pergunta a repórter a Adriane se ela faria algo para o bem do outro:
— Para o bem do outro? Não, só faço pelo meu bem. Essa coisa de dar sem cobrar, sem ser solicitada, não existe. Depois, você acaba jogando isso na cara do outro.
— Nunca cede, então?
— Cedo, é claro! Já cedi em coisas que não afetam minha vida. Ele gosta de dormir em lençol de linho e eu em lençol de seda. Aí, dá para ceder!
Rosa Célia fez vestibular de medicina, morava de favor num quartinho e trabalhava para manter-se. Formou-se e resolveu dedicar-se à cardiologia neonatal e infantil, quando trabalhava no Hospital da Lagoa. Sem saber inglês, decidiu que iria estudar no National Heart Hospital, em Londres, com Jane Sommerville, a maior especialista mundial na área.
Estudou inglês e conseguiu uma bolsa e uma carta de recomendação da Dra. Sommerville. Em Londres, era ridicularizada pelos colegas ingleses por causa de seu inglês mal falado.
Ganhou o respeito geral quando acertou um diagnóstico dificílimo, após examinar uma escocesa por oito horas seguidas.
— Falava um inglês ainda pior que o meu — lembra, divertida.
Adriane está rica, mas não confia em ninguém, apenas na mãe. Nem nos amigos. Vejam:
— Não posso sair confiando nas pessoas. Não tenho motorista, nem segurança, por isso mesmo. É mais gente para trair-me! Confio mais nos bichos do que nos seres humanos. Ainda existem pessoas que acham que tenho amnésia. Muitas das que convivem comigo, hoje, já me viraram a cara quando eu estava por baixo. Mas pensa que  as trato mal? Trato-as com a maior naturalidade. Porque podem até me usar, mas vou usá-las também. É uma troca.

De Londres, Rosa Célia ia direto para Houston, nos Estados Unidos. Fora escolhida para a Meca da cardiologia mundial. Futuro brilhante aguardava-a.

Uma gravidez inesperada, no entanto, mudou seus planos. Pediu 24 horas para pensar e optou pelo filho, voltando ao Rio. Reassumiu seu cargo no Hospital da Lagoa e abriu um consultório, mas todos os anos viaja para estudar.

Passa pelo menos um mês no Children’s Hospital, em Boston, trabalhando 12 horas por dia.
— Você gosta de dinheiro (Adriane)?

— Adoro dinheiro e detesto hipocrisia. Gasto, gosto de gastar e de não fazer conta e de viajar de primeira classe. Tem gente que fala: “Esse dinheiro que ganhei vou doá-lo.” O meu, não dôo não, a não ser para minha conta. Adoro fazer o bem, mas também tenho minhas prioridades: minha casa e minha família. Primeiro ajudo quem está mais próximo. Mas faço minhas campanhas beneficentes.
Rosa chefia um centro sofisticadíssimo, a cardiologia pediátrica do Pró-Cardíaco. Lá são tratados casos limites, histórias tristes...! O hospital é privado e caríssimo, mas ela achou um jeito de operar, ali, crianças  sem posses.

Criou uma ONG, passa o chapéu, fala com amigos, empresários. O Projeto Pró-Criança já atendeu mais de 500 crianças e, destas, 120 foram operadas.

— Sonhei a vida inteira e fiz. Não importou ser pobre, mulher, baixinha  e alagoana. Eu fiz.
Voltando a Adriane, esbarramos, brutalmente, na frustração:
— Já tive vontade de viajar e não podia. Queria ter carro e não tinha. Não pude fazer faculdade por falta de dinheiro. Não que não sinta falta de livros, mas livros a gente os compra na esquina, conhecimento se adquire com a vida. Sinto falta de contar aos amigos essas histórias que  quase todos têm, do tempo da faculdade.

Duas vidas, dois perfis fora da normalidade, matéria-prima dos órgãos de imprensa. Mas qual é o mais valorizado pela mídia hoje em dia? É fácil constatar e chegar à conclusão de que alguma coisa está errada na nossa sociedade.

Pode ser até que o leitor tenha interesse mórbido em saber o que as louras e morenas burras ou muito espertas andam fazendo, mas a mídia não deve limitar-se a refletir e a conformar-se com a mediocridade, o vazio, o oportunismo e a falta de ética.

Os órgãos de imprensa devem ter um papel transformador na sociedade e, nesse sentido, estaríamos melhor servidos se houvesse mais Rosas Célias nos jornais, nas revistas e TVs.
Voltando ao castelo de Caras, as belas Adrianes, Narcisas, Lucianas, Suzanas ou Carlas, certamente encontrarão lá um espelho mágico e, se for mesmo mágico, ele dirá que Rosa Célia é a mais bela de todas elas!
http://sitenotadez.net

sábado, 17 de março de 2012

A vida do outro é sempre mais fácil*

Coisa que me incomoda são os discursos de autopiedade. Por serem desprovidos de autocrítica ou por não indicarem solução para a autocomiseração, soam-me como labirintos de palavras inúteis. Pavimentam caminhos que não levam a lugar algum. Elevados às raias do exagero, esses discursos também excluem o outro da conversa porque geralmente quem reclama demais só ouve a si mesmo, além de transmitir a seguinte mensagem: sua vida é muito mais fácil do que a minha, só te resta me escutar. E está selado, assim, o fim da nossa amizade.

Uma variação do discurso de autopiedade é aquele que arvora para si o monopólio da experiência. Nasci antes, portanto, sei mais do que você. Já passei por isso, sua experiência me é desnecessária. No final das contas, a conclusão de quem pensa assim é que o outro nada pode lhe acrescentar. Ela busca confirmar a própria penúria e se rotula, sem perceber, como alguém digno de pena. Essa pessoa é uma ilha, onde só chegam a nado os escolhidos, que serão poucos, aliás, e todos como ela mesma. Basicamente um lugar chato.



E tem também a versão autopiedosa de quem prefere julgar o outro pelo que ele parece ser. Em pé, na banca, a mulher do lado comenta a terceira gravidez de Angélica. “Com todo esse dinheiro, até eu teria três filhos”. Vai dizer que você nunca ouviu isso? A mulher resolveu se justificar jogando para o outro, a Angélica, a “vida fácil” que ela não tem. É claro que o dinheiro ajuda. Problemas práticos se afastam. Você contrata alguém para cozinhar, lavar, arrumar, pagar suas contas e até organizar o seu armário, se quiser. E tem todo o glamour, as portas que se abrem, a profissão que rende dinheiro etc. Quase um conto de fadas. Mas ter filhos é mais do que bancar escola, médico, roupas e brinquedos. É mais do que proporcionar viagens e conforto. O que um filho precisa mesmo é de atenção e proteção, e essas mercadorias podem faltar tanto nas famílias abastadas como nas carentes. Além do mais, o imponderável da vida é democrático, vale para todos nós. Muitas vezes é essa sensação de não controlar o mundo que deixa as pessoas inseguras e com medo. Para esse medo, não tem dinheiro que dê jeito.

Não sei da vida da Angélica, não é minha amiga e nunca a entrevistei. O que eu quero dizer é que apontar os privilégios alheios para justificar as minhas dificuldades é o pior caminho. O fato do outro não ter passado pelas mesmas experiências, de não ter necessariamente “começado de baixo”, de não ter sofrido com uma determinada doença, não ter ficado desempregado não o desqualifica, apenas o caracteriza como alguém diferente de quem passou por tudo isso.

É bom se identificar. Abrimos as portas da nossa alma para pessoas que parecem refletir nossos pensamentos. Nada mais reconfortante do que ler uma crônica política que traduza nossa indignação. É libertador rir de uma cena no cinema que parece tirada da nossa vida particular. Mas nada mais enriquecedor do que descobrir no outro sentimentos como os meus. É a humanidade que nos aproxima. E humanidade é o único antídoto que conheço para a intolerância e para o monopólio da dor. Se somos todos humanos, rimos e choramos.
*ou a grama do vizinho é sempre mais verde, daí a ilustração do post. ; )

Isabel Clemente é editora de ÉPOCA no Rio de Janeiro.

Vida de verdade


Por muito tempo, eu pensei que a minha vida fosse se tornar uma vida de verdade.
Mas sempre havia um obstáculo no caminho, algo a ser ultrapassado antes de começar a viver, um trabalho não terminado, uma conta a ser paga, aí sim, a vida de verdade começaria.

Por fim, cheguei à conclusão de que esses obstáculos eram a minha vida de verdade.

Essa perspectiva tem me ajudado a ver que não existe um caminho para a felicidade.
A felicidade é o caminho!

Assim, aproveite todos os momentos que você tem.
E aproveite-os mais se você tem alguém especial para compartilhar, especial o suficiente para passar seu tempo; e lembre-se que o tempo não espera ninguém.

Portanto, pare de esperar até que você termine a faculdade; até que você volte para a faculdade; até que você perca 5 kg; até que você ganhe 5 kg; até que seus filhos tenham saído de casa; até que você se case; até que você se divorcie; até sexta à noite até segunda de manhã; até que você tenha comprado um carro ou uma casa nova; até que seu carro ou sua casa tenham sido pagos; até o próximo verão, outono, inverno; até que você esteja aposentado; até que a sua música toque; até que você tenha terminado seu drink; até que você esteja sóbrio de novo; até que você morra; e decida que não há hora melhor para ser feliz do que agora mesmo...

Lembre-se: felicidade é uma viagem, não um destino.  (Henfil)



sexta-feira, 16 de março de 2012

A vida não começa aos 40 (?)


Acabei de ler um artigo da jornalista Eliane Brum, onde ela fala da frase  'a vida começa aos 40'  que não é nova, mas que  parece ter deixado o marketing publicitário para virar filosofia da vida cotidiana. Eu mesma já devo tê-la pronunciado algumas dezenas de vezes, porém, brincando para demonstrar que não me preocupo com essa coisa de idade cronológica, uma vez  que já passei de meio século e estou na melhor fase a vida.

Eliane Brum diz que tem ouvido a frase de bocas que costumam dizer coisas que valem a pena. "De uns tempos para cá, atrizes e escritoras interessantes têm repetido esse slogan, depois de passar dos 40. Nesse verão, li várias vezes essa frase em revistas femininas diferentes, ditas por mulheres diferentes, mas incluídas no pacote do “bonita-e-bem-sucedida”... e com mais de 40. Parece uma epidemia. Não paro de ouvir e de ler que 'a vida começa aos 40'", diz ela. 

Como ela, também acho a frase simpática e bem intencionada, e até revolucionária no passado recente, pois até boa parte do século passado era tido como certo que a vida acabava aos 40, especialmente para as mulheres. Era concebido que o mais emocionante que uma mulher poderia esperar a partir dos 40 seriam os netos que, sem sombra de dúvidas é emocionante tanto quanto ou mais do que ser mãe. 

A jornalista diz temer que estejamos enfiando o nosso pé em uma nova armadilha. E eu concordo que, em vez de uma frase meio marqueteira que se diz aqui e ali quando falta assunto, ao ser levada a sério torne-se uma sentença. E ela vai buscar o significado da frase “a vida começa aos 40”? Pesquisando ela conclui que a vida começaria aos 40 porque as mulheres ainda estariam bonitas, já seriam donas de uma carreira consolidada e financeiramente estáveis, teriam passado por percalços suficientes para se sentirem mais confiantes e sem as pressões e inseguranças dos 20 e até dos 30, estariam mais livres para inventar novos rumos para suas vidas – e novos rumos que estariam mais próximos de seus desejos. Aos 40, as mulheres já estariam com os filhos crescidos e, portanto, teriam superado certo peso da maternidade. Isso já está ultrapasso, vez que hoje muitas mulheres estão justamente tentando engravidar ou com filhos pequenos ao completar 40 anos. 

"Se levada ao pé da letra que a vida começa aos 40 seria desesperador. Se, ao alcançar os 40 uma mulher chegasse à conclusão de que o que se passou antes foi apenas um preâmbulo para uma vida – e não a vida em si, com toda a sua quantidade de drama e de nadas – haveria um motivo bastante legítimo para se matar aos 40. Afinal, o que foi que você fez antes se não era vida o que estava acontecendo?" Sentencia a jornalista.

Ela continua seu texto informando que a expectativa de vida da mulher brasileira é de 77 anos, e que ao defender que “a vida começa aos 40”, estamos nos lançando em um paradoxo lógico: “a vida começaria no mesmo momento em que chega à metade”. E não a qualquer metade, mas a uma metade que envolve declínio físico, perdas inescapáveis e termina em morte. Parece deprimente? Seria, se fosse só isso, mas há também muitas possibilidades interessantes em curso, se tivermos aprendido algo em algum momento anterior. Triste? Algumas vezes muito triste, com certeza, mas também engraçada, se já conseguirmos rir de nós mesmas, e com um monte de coisas para inventar e para experimentar – e outras que só nos resta aceitar. É a vida, com sua mistura de tragédia e de comédia e um bocado de espaços vazios e de repetições.

Despida de seu conteúdo revolucionário, que fazia sentido em décadas passadas, mas hoje não me parece que faça mais, a máxima pode se tornar uma autossabotagem. Temos medo, quando chegamos aos 40, porque uma metade da vida já passou – e justamente a metade em que éramos jovens. Para as mulheres é de certo modo mais difícil porque a exigência de que pareçamos jovens é maior. E por causa dela muitas se lançam aos bisturis para adiar o inevitável, nem sempre com resultados satisfatórios. 

É preciso que a vida antes dos 40 tenha sido bem ruim para que o que venha depois seja tão melhor assim a ponto de se tornar a vida inteira. Se não foi tão ruim antes dos 40, também não é preciso temer que seja tão pior depois, a ponto de se tornar necessário gritar em público que os 40 estão sendo uma libertação ou uma epifania ou a abertura de “2001, uma odisseia no espaço”.

O texto da jornalista é longo e não vou transcrevê-lo inteiro. Mas, este trecho  resume tudo. "A vida é o que temos e o que fazemos dela, com um pouco de tudo, em qualquer idade. Aos 40, percebemos que começamos a envelhecer. Não acho que devemos negar isso, mesmo porque não adianta. O que vamos dizer aos 50 ou aos 60? Que a vida começa de novo? Ué, mas ela não tinha começado aos 40? E aos 70, 80 ou 90, vamos “descobrir” que a vida começa no fim?"
 
De minha parte, posso afirmar que aos 53 anos estou vivendo a melhor fase da vida. Aos 20 anos eu estava cursando Letras Vernáculas e trabalhando como auxiliar de escritório para me manter, já que sai aos 18 de uma cidadezinha de interior para estudar na cidade grande, com a cara e a coragem. Logo virei jornalista pela força das circunstâncias, abandonei a universidade e hoje estou aqui ainda jornalista, me adaptando as modernidades da profissão para sobreviver, mas, querendo mudar. 

Contudo, posso afirmar que a vida neste plano começa quando nascemos e só acaba quando desencarnamos. Cabe a nós fazermos cada dia melhor para ao final da operação termos somado conhecimentos e bons momentos para a próxima vida. 

O melhor momento para se realizar alguma coisa é hoje, porque ontem não volta mais e amanhã será hoje. A vida (re)começa a cada amanhecer.

quinta-feira, 15 de março de 2012

Imunização Espiritual


Se te decides, efetivamente, a imunizar o coração contra as influências do mal, é necessário te convenças:
Que todo minuto é chamamento de Deus à nossa melhoria e renovação;
Que toda pessoa se reveste de importância particular em nosso caminho;
Que o melhor processo de receber auxílio é auxiliar em favor de alguém;
Que a paciência é o principal ingrediente na solução de qualquer problema;
Que sem amor não há base firme nas construções espirituais;
Que o tempo gasto em queixa é furtado ao trabalho;
Que desprezar a simpatia dos outros, em nossa tarefa, é o mesmo que pretender semear um campo sem cogitar de lavrá-lo;
Que não existem pessoas perversas e sim criaturas doentes a nos requisitarem amparo e compaixão;
Que o ressentimento é sempre foco de enfermidade e desequilíbrio;
Que ninguém sabe sem aprender e ninguém aprende sem estudar;
E que, em suma, não basta pedir aos Céus, através da oração, para que baixem à Terra, mas também cooperar, através do serviço ao próximo, para que a Terra se eleve igualmente para os Céus.

Emmanuel - Recebido espiritualmente por Francisco Cândido Xavier - Texto extraído do livro "Meditações Diárias" – Editora Ide.)