sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

O espírita e as alegrias do carnaval



Se estivermos atentos à nossa sintonia vibratória, poderemos atrair a verdadeira alegria, levando muito amor no nosso estandarte

Todo espírita sabe que não é perfeito e qual o maior segredo para se manter fiel às leis divinas e atingir mais rapidamente a felicidade: orar e vigiar. Na maioria das vezes, porém, esta máxima ensinada por Jesus só é lembrada em momentos extremos – num grande perigo, oramos; numa cruel perseguição, vigiamos. Ainda custamos compreender que oração não quer dizer pedido e que vigília não significa olhar o outro. Muito mais que isso, orar e vigiar significa estar em comunhão com o Criador e, com a aproximação do carnaval, ainda ficamos divididos com relação ao nosso posicionamento sobre essa tradicional festa popular. De um lado, ficamos temerosos com as obsessões; de outro, sentimo-nos não só curiosos, mas realmente atraídos e mergulhados no assunto, pelos noticiários, pelo colorido, pelas músicas, pelas imagens na TV, nos jornais ou revistas.

Diante de tantas mensagens de permissividade e sensualidade, como se tudo parasse porque é carnaval, acabamos nos sentindo inseguros em participar de alguma forma deste período de folia, onde muitas vezes a libertinagem rompe regras, agredindo concepções sociais estabelecidas, transformando-o em espetáculo bastante característico, verdadeiro tesouro comercial para o mundo das comunicações.


As origens pagãs

Como festa popular e expressão da nossa cultura, o carnaval é aceito pela Igreja, estando suas origens nas mais antigas celebrações da humanidade, associadas a fenômenos astronômicos e a ciclos naturais, caracterizando um período de festas e manifestações folclóricas. Pesquisas mostram, por exemplo, que já bem antes da era cristã, homens, mulheres e crianças se reuniam no verão com os rostos mascarados e os corpos pintados para espantar os demônios da má colheita. Inicialmente realizada pelos povos pagãos em homenagem a seus deuses e à natureza, a festa acabou sendo adaptada aos hábitos cristãos. Antes de começar o tempo da quaresma – período de 40 dias (fora os domingos) que tem início na quarta-feira de cinzas e término na quinta-feira santa, na celebração da última ceia de Jesus com os doze apóstolos – eles faziam festa e churrascos porque da quarta-feira de cinzas até a Páscoa ficavam sem comer carne e celebravam a penitência. Assim, o termo carnaval (expressão do latim carnem levare, modificada depois para "carne, vale= é válida a carne") estaria ligado à liturgia cristã da igreja católica, tendo sido mais tarde instituído como feriado religioso.

A visão espírita

E, para nós, espíritas, o que muda nesta época? Afinal, como devemos encarar o carnaval? A resposta é simples: devemos encará-lo da mesma forma com que convivemos com tantos outros acontecimentos terrenos. Somos espíritas do mundo e no mundo e, uma vez que evoluímos em sociedade e estamos inseridos, portanto, na cultura e história da nossa própria civilização, nosso dever sempre será buscar o progresso, esforçando-nos para vencer obstáculos, vícios e imperfeições, seja lá qual for o ambiente.

A resposta é única e deve servir também para sanar qualquer outra dúvida que nos surja. A lei divina, na qual está inserida a necessidade do progresso, será sempre a mesma em todas as épocas e em todos os lugares, devendo os princípios cristãos ser vivenciados e exemplificados na sua integridade. Para que possamos ser verdadeiros homens de bem, a condição é que nos esforcemos para combater vícios de qualquer natureza, que acabam por nos escravizar, impedindo-nos de exercer a alegria de sermos livres. A doutrina espírita nada proíbe, mas mostra ao homem a importância da sua responsabilidade, através da fé raciocinada. Somos livres, sim, para realizar qualquer desejo, desde que assumamos as consequências de nossos atos. Responsabilidade não sai de férias nos dias de folia. Colheremos sempre aquilo que plantarmos.

A sintonia mental

Se para o espírito tudo é uma questão de sintonia mental para a formação de seu ambiente fluídico, importará sempre e muito mais a qualidade de seu pensamento para viver o carnaval, pois a atração dos fluidos espirituais se dará pela Lei da Similitude (semelhante atrai semelhante). E aqui, como simples exemplo, cabe uma reflexão sem preconceitos. Quem estará fazendo uma melhor sintonia no carnaval: o mestre da bateria de uma escola de samba, que com muito amor, disciplina e trabalho, tem o coração grato a Deus por poder proporcionar momentos de alegria e emoção num sambódromo; ou aquele que se entristece, isolando-se nos bares das esquinas para ficar longe da folia e da multidão?

Por favorecer esse entendimento da vida em sua dimensão maior, o espiritismo amplia as possibilidades de felicidade. Sua missão consoladora acaba por proporcionar a formação não de adeptos tristonhos e taciturnos, mas de pessoas alegres e otimistas, esperançosas de um futuro melhor. A verdade é que essa mesma compreensão doutrinária nos permite também a análise de nossos acertos e desacertos, sobre o que entendemos por felicidade na Terra, uma morada ainda de provas e expiações. Assim, é fácil perceber que trazemos represadas em nosso íntimo ansiedades e fantasias, desejos incontidos, fáceis de serem exteriorizados em momentos de maior permissividade. O carnaval acaba por se prestar à exteriorização desses anseios mais íntimos. E aí todo cuidado é pouco. É preciso, pois, estarmos muito atentos à vigília do nosso campo mental, pois onde quer que coloquemos nossas aspirações, aí encontraremos intercâmbio.


O trabalho dos benfeitores

O uso e abuso de bebidas alcoólicas, como agentes encorajadores da folia, a atividade sexual irresponsável e o uso de drogas, dentre outros preparativos carnavalescos, acabam por transformar esse período em tempos difíceis de estatísticas tristonhas de acidentes, assassinatos, doenças e confusões, o que exige muito trabalho do plano espiritual.
Sabemos, entretanto, que tudo sempre dependerá da nossa escolha na questão da associação espiritual. Afinal, qual seria o mérito daquele que só conseguisse manter seu padrão vibratório positivo dentro dos centros espíritas? O valor do aprendizado também está no desafio desse autoconhecimento, na segurança da fé conquistada, na superação dos obstáculos.

O carnaval não pode ser simplesmente rejeitado, mas vivenciado com a segurança do entendimento espírita de responsabilidade e bom senso, como uma festa popular que ainda tem lugar na escala evolutiva da Terra. Nada há de errado em se buscar a alegria, as manifestações de felicidade, desde que se questione os caminhos que levam a ela, para não cairmos nos enganos da felicidade aparente. O caminho a ser seguido precisa ficar bem claro, se não quisermos complicações futuras: aquilo que não é bom nos outros momentos da vida não pode ser positivo apenas porque é carnaval. E que no nosso estandarte permaneça como parâmetro a clássica e mais importante mensagem: colocar-se no lugar do outro. Sempre.
Escrito por Eliana Haddad

Conduta Espírita na Via Pública



Demonstrar, com exemplos, que o espírita é cristão em qualquer local.
A Vinha do Senhor é o mundo inteiro.
Colaborar na higiene das vias públicas, não atirando detritos nas calçadas e nas sarjetas.
As pessoas de bons costumes se revelam nos menores atos.
Consagrar os direitos alheios, usando cordialidade e brandura com todo transeunte, seja ele quem for.
O culto da caridade não exige circunstâncias especiais.
Cumprimentar com serenidade e alegria as pessoas que convivem conosco, inspirando-lhes confiança.
A saudação fraterna é cartão de paz.
Exteriorizar gentileza e compreensão para com todos, prestando de boamente informações aos que se interessem por elas, auxiliando as crianças, os enfermos e as pessoas fatigadas em meio ao trânsito público, nesse ou naquele mister.
Alguns instantes de solidariedade semeiam simpatia e júbilo para sempre.
Coibir-se de provocar alarido na multidão, através de gritos ou brincadeiras inconvenientes, mantendo silêncio e respeito, junto às residências particulares, e justa veneração diante dos hospitais e das escolas, dos templos e dos presídios.
A elegância moral é o selo vivo da educação.
Abolir o divertimento impiedoso com os mutilados, com os enfermos mentais, com os mendigos e com os animais que nos surjam à frente.
Os menos felizes são credores de maior compaixão.
Proteger, com desvelo, caminhos e jardins, monumentos e pisos, árvores e demais recursos de beleza e conforto, dos lugares onde estiver.
O logradouro público é salão de visita para toda a comunidade.
“Vede prudentemente como andais.” - Paulo. (Efésios, 5:15.)




André Luiz;
Waldo Vieira;
Do livro: Conduta Espírita.









segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Mau humor é doença?

Há pessoas que se comprazem em cultivar o mau humor.
O mau humor torna-se uma característica da personalidade dessas pessoas.
Essas pessoas querem se impor aos outros com sua rispidez,
prepotência e antipatia, pensando que agindo assim conseguirão
o respeito e o temor daqueles que com elas convivem.
Essas pessoas não percebem que acabam sendo vítimas do seu mau humor,
pois além de atraírem para si tudo o que é negativo,
vivem doentes física e psiquicamente.
Sentem dores por todo o corpo, o fígado funciona mal,
a digestão é péssima, têm dores de cabeça terríveis,
além de uma baixa imunidade, estando sujeitas a várias doenças e infecções.
Geralmente são solitárias também, pois afastam todos de perto de si.
Pergunta-se: Será que queremos uma vida assim para nós?
Queremos saúde ou doença? Alegria ou tristeza?
Cremos que qualquer pessoa em sã consciência não deseja viver
os tormentos da falta de saúde e do prazer de conviver bem com os outros.
Assim, devemos mudar nossa atitude diante da vida, de nós e dos outros.
Busquemos agir e ter pensamentos voltados para a paz, alegria,
confiança, amizade, solidariedade.
Sejamos simpáticos para com o próximo, usando sempre da empatia,
ou seja, coloquemo-nos no lugar do outro e façamos ao próximo
o que gostaríamos que fizesse por nós.
Com os pensamentos e atitudes de alegria, de sermos úteis,
da prática da caridade para com o próximo, sentiremos um bem estar tão grande,
que só teremos razões para nos sentirmos saudáveis física e mentalmente.
Nosso corpo se tornará leve e uma imensa paz inundará o nosso ser,
criando o céu dentro de nós.
Você ainda tem dúvidas do que realmente deseja para si? Pense nisso!!!.
Ainda é tempo de você mudar.

(mensagem do site Gotas de Paz)

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

A árvore dos problemas

Esta é uma história de um homem que contratou um carpinteiro,
para ajudar a arrumar algumas coisas na sua fazenda.
O primeiro dia do carpinteiro foi bem difícil.
O pneu da seu carro furou e ele deixou de ganhar uma hora de trabalho.
A sua serra elétrica quebrou, ele cortou o dedo, e finalmente,
no final do dia, o seu carro não funcionou.
O homem que contratou o carpinteiro ofereceu uma carona para casa e,
durante o caminho, o carpinteiro não falou nada.
Quando chegaram a sua casa, o carpinteiro convidou o homem para entrar,
e conhecer a sua família.
Quando os dois homens estavam se encaminhando para a porta da frente,
o carpinteiro parou junto a uma pequena árvore,
e gentilmente tocou as pontas dos galhos com as duas mãos.
Depois de abrir a porta da sua casa, o carpinteiro transformou-se.
Os traços tensos do seu rosto transformaram-se em um grande sorriso,
e ele abraçou os seus filhos e beijou a sua esposa.
Um pouco mais tarde, o carpinteiro acompanhou a sua visita até o carro.
Assim que eles passaram pela árvore,
o homem perguntou por que ele havia tocado na planta antes de entrar em casa.
"Ah", respondeu o carpinteiro, "esta é a minha planta dos problemas.
"Eu sei que não posso evitar ter problemas no meu trabalho,
mas estes problemas não devem chegar até os meus filhos e minha esposa.
Então, toda noite, eu deixo os meus problemas nesta árvore quando chego em casa,
e os pego no dia seguinte."
"E você quer saber de uma coisa?
Toda manhã, quando eu volto para buscar os meus problemas,
eles não são nem metade do que eu me lembro de ter deixado na noite anterior..."

Mensagem do site gotas de paz

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

O Poder Ético da Fé

Existem razões suficientes para, apesar dos conflitos regionais e locais, das dificuldades em diversos domínios da vida humana; dos problemas na saúde, no trabalho, nas famílias; preconceitos, egoísmos, radicalismos, fundamentalismos, e outras situações incômodas, se acreditar num mundo mais equilibrado, numa sociedade global mais humanizada e fraterna, principalmente para a grande maioria dos que têm Fé, daqueles que acreditam numa Justiça Divina, obviamente mais sábia, mais compreensiva, mais tolerante, porque perfeita, comparativamente com os sistemas judiciais do homem imperfeito e finito.
O êxito para a humanidade atingir patamares de bem-estar, neste se incluindo condições materiais de vida, mas também convicções verificáveis de serenidade de espírito e Fé, numa vida transcendente e redentora, terá de passar por uma conduta individual e coletiva, compaginável com o respeito pelos direitos e deveres que cabem aos cidadãos em concreto e aos Espíritos prudentes, benevolentes e tranquilos, que em cada indivíduo devem existir.
Exige-se competência na conduta que a pessoa deve assumir perante a vida e a sociedade. Conduta como sendo a: «Maneira de agir, atuar, comportar-se em observância a princípios, valores, orientações e regras. Este fator possui uma característica interessante: é o único que todas as pessoas podem possuir em igualdade de condições, independentemente de posição ou formação, pois é fruto apenas da vontade”.  (RESENDE, 2000:45).
A pessoa de Fé manifesta uma conduta perfeitamente assumida, declarada, exibida perante os demais seus iguais, e será este seu comportamento que lhe garante um Poder legítimo, transcendente e que ninguém lho pode usurpar. A sua conduta ética no exercício da sua Fé ilimitada, garantem-lhe um poder que, sem violência, sem armas, sem fundamentalismos, se impõe e, de certa forma, subjuga todos aqueles que, no limite e na dúvida, preferem manter-se, aparentemente, indiferentes, não hostilizando os detentores deste poder ético da Fé.
A práxis permanente, coerente e singularmente assumida pelos crentes, no respeito por aqueles que professam outras ideologias religiosas, aceitando com tolerância e compreensão os atos litúrgicos que lhes são próprios, credibilizam a pessoa de Fé e reforçam o seu poder espiritual. A consciência ética da pessoa de Fé permite-lhe tomar decisões adequadas, face às situações que se lhe colocam ao longo da vida, porque para ela: «A busca religiosa de valores principia com a aceitação de Deus como padrão de todas as decisões» (FORELL, 1980:77).
 Os modelos socioeconômicos que ao longo dos séculos têm vigorado em diferentes pontos do mundo, em contextos culturais diversos e com resultados divergentes, na maior parte dos casos, estão próximos do esgotamento, dificultando a adoção de novos processos, outras soluções, porque persistem interesses e objetivos inconfessáveis em muitos dirigentes políticos, um pouco por todo o universo. 
 Continua-se a investir no conflito para ganhar poder estratégico, bélico e hegemônico, destruindo, mutilando e matando homens, mulheres, crianças e idosos inocentes, civis e militares. Muitos dos poderes que os responsáveis pelos diferentes sistemas políticos têm utilizado já se revelaram ineficazes, ou mesmo prejudiciais, por isso cumpre mudar, impõe-se novas políticas, novos processos, condutas compatíveis com a superior condição da dignidade da pessoa humana.
As filosofias e políticas individualistas, nacionalistas e unilateralistas não conduzem a objetivos verdadeiramente humanos, no contexto de uma sociedade moderna, democrática, tolerante e solidária. A dilapidação de recursos materiais nos investimentos bélicos tem-se revelado desastrosa, na medida em que os principais problemas do mundo não são resolvidos, pelo contrário, alguns se têm agravado: doença, fome, desemprego e guerras.
O egocentrismo que caracteriza pessoas e regimes constitui um sentimento cuja conduta produz mais desigualdade e injustiça. Facilmente se comprova que as políticas sociais, econômicas e culturais implementadas até ao presente estão esgotadas na maioria dos países
O homem só conseguirá reabilitar-se e recuperar a sua dignidade quando se assumir, na prática, em suas dimensões essenciais, enquanto ser único e individual, cooperando com o outro seu igual, com o mundo e com Deus, o que se aplica às organizações, às nações, aos continentes, porque: «O homem só e autossuficiente é impensável. Se ele quiser realizar-se deve abrir-se livre e totalmente para Deus que, em seu amor, não se contenta apenas em dar-lhe o ser, mas deseja unir-se a ele e transformá-lo em si. O homem não está só, está ligado a todos os outros homens e deve livremente unir-se a eles pelo amor» (QUOIST, 1985:23).
O imperativo categórico e o verdadeiro desígnio universal fundam-se, portanto, numa conduta ética, para com os homens, para com o mundo, para com Deus. O Poder Ético da Fé, mas também de quaisquer atividades humanas, poderá ser a chave para a elaboração de soluções de problemas que atormentam e envergonham a humanidade.
Aquele Poder está acessível a cada pessoa individualmente considerada, desde que o queira utilizar em todas as suas tarefas e em quaisquer situações, porque: «A conduta ética tem a ver com respeito próprio. Sabemos que as pessoas que se sentem bem consigo mesmas possuem o que é necessário para resistir a pressões externas e para fazer o que é certo, e não o que é meramente conveniente, popular ou lucrativo». (BLANCHARD & PEALE, 1988:10.)
A conduta ética revela-se, assim, um poderoso instrumento para solucionar muitos problemas, alterar situações, melhorar condições de vida pessoais e coletivas, iniciar um novo e profícuo processo para uma sociedade mais fraterna, para que cada um alcance, eticamente, o sucesso a que tem direito, porque não ofende a Deus, nem ao mundo, nem ao outro seu igual, lutar, legítima, legal e eticamente, por uma vida melhor, individual ou coletiva. 
Para se alcançar tais objetivos, pode-se iniciar o projeto recorrendo aos cinco princípios fundamentais da tomada de decisões éticas: «Propósito, Pundonor; Paciência; Persistência e Perspectiva. (…) Os cinco princípios básicos na conduta ética são também ingredientes de uma realização autêntica e duradoura na vida» (Ibid.:44).