quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Então é Natal



Não, eu não armei presépio, não montei uma árvore, não coloquei pisca-pisca no jardim ou em qualquer outra parte da casa. Perdi a crença no Natal? Também não. Desde criança sempre soube que o Natal é uma época especial para reunião da família, para celebrar o nascimento do menino Jesus. Nunca acreditei em papai Noel e na casa dos meus pais não havia troca de presentes. Em sua sabedoria meu pai, que não tinha uma condição financeira das melhores, mas, o suficiente para dar a família o essencial, nunca nos enganou com essa coisa de colocar o sapato na janela para esperar o presente do velhinho. Porém, nos orientava a não revelar isso para os amiguinhos que tinham esta crença e seus pais faziam questão de alimentar.

Há quem ache que isso não é bom. Que toda criança deve viver esta ilusão. Na minha infância os apelos comerciais não eram tão fortes como nos dias atuais. Morava no interior, não conhecia televisão e ouvia no rádio somente músicas. Mas, via no dia 25 de dezembro algumas crianças felizes mostrando seus presentes deixados por Papai Noel e outras tristes porque o bom velhinho não havia passado em suas casas. Será que ele esqueceu de mim? O que fiz de errado? Acho que ele não sabe onde eu moro. Mas, como ele encontrou a casa do vizinho? Estas interrogações ficavam sem respostas.

Quando nossa filha Lia era criança, não desmentimos a existência do bom velhinho, também não alimentamos muito e com certeza ela se lembra do papai Noel fumando Cachimbo que era nada mais nada menos que o pai dela contando a história do Natal enquanto entregava  os presentes a ela e aos irmãos. Já com Leno, o caçula, Lia já adolescente é quem fazia questão de manter este costume e junto com o pai ornamentava a casa. Cada ano fazia uma árvore diferente e todos ajudavam.

Leno fazia sua cartinha a papai Noel até os cinco anos com a ajuda da irmã. A partir dos seis, já sabia escrever e ele mesmo escrevia, ou melhor, digitava sua cartinha no computador,  geralmente dizendo a mesma coisa: 'Este ano fui muito bem na escola, me comportei mais ou menos, mas prometo que vou melhorar mais no ano que vem'. Dai fazia o pedido dando três opções, conforme nossa orientação, porque papai Noel poderia não encontrar o que ele queria. Normalmente pedia uma coisa cara e duas baratinhas. E ficava sempre satisfeito com o que viesse. Isso deve ter durado até ele completar 10 anos. Ele fingia que acreditava,  até que nos revelou que Papai Noel era coisa para criancinha.

Quanto a reunião de família, mantemos. Há alguns anos vamos todos para a casa da minha mãe, oportunidade em que reunimos as seis filhas, genros, os 20 netos e os quase 30 bisnetos. Como somos cristãos, celebramos o nascimento de Jesus. Porém, confesso que ha algum tempo a 'magia do Natal' já não me contagia. Sempre as mesmas músicas, os mesmos apelos comerciais, luzinhas piscando aqui e ali e as pessoas preocupadas em comprar os presentes e o peru da ceia. 

Entendo o Natal, como mais uma excelente época para nossas reflexões, sobre a verdadeira mensagem do aniversariante que quase sempre não é lembrado. Não tenho a visão de que o Natal foi feito para troca de presentes, pois, já assimilamos a grandeza dos ensinos de Jesus quanto aos objetivos de sua vinda ao mundo, que é a de nos mostrar o caminho da felicidade e da pureza espiritual pela nossa mudança de postura diante da vida e do próximo, buscando serem verdadeiramente discípulos do Cristo, em pensamentos palavras e atos.

Infelizmente, o personagem mais esperado e comemorado nos dias de hoje ainda é o Papai Noel, que nessa época é o assunto de todos os meios de comunicação da mídia, no aguardo dos ganhos financeiros que a data proporciona, por ser mal interpretada pela maioria dos cristãos. 

O Natal precisa ser entendido em seu verdadeiro sentido. De ser uma época especial para reunião da família com propósitos superiores, onde podemos orar juntos agradecendo a Deus pela bênção da vida que ELE nos concedeu como mais uma oportunidade de aperfeiçoamento e progresso espiritual.
(Maura Sérgia)

2 comentários:

  1. Eu não sou mais cristã, mas eu vejo o Natal como um época em que, dada a sua origem, em que as pessoas devem renovar seus votos de amor ao próximo.

    Não estou falando da falsidade dos abraços de quem não gosta da gente, da caridade culpada dos egoístas... Estou falando em aproveitar a essência histórica desta data para renovar seu estoque de amor pelo outro, e de manter isso durante o ano inteiro, até o Natal seguinte.

    Cristão ou não cristão, porque não aproveitar a simbologia ao redor deste feriado pra reunir a família, ajudar pessoas (coisa que pode ser feita em qualquer época do ano, viu minha gente?) e agradecer muito a Deus pelas coisas boas que Ele nos dá?

    Não existe hipocrisia nas atitudes permeadas de sentimentos sinceros. A humanidade está carente de resgatar a "magia do Natal", e mais ainda de carregar ela no coração o ano todo.

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  2. É isso aí. Esse é o verdadeiro sentido...

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