Atrás de que você anda?
Geralmente, a resposta pronta a estas perguntas é:
- Quero ser feliz
Mas o que é felicidade? Será que sabemos o que ela significa? Caso contrário, estaremos vagando, perdidos e, na maioria das vezes, confundindo felicidade com a alegria.
Sem a pretensão de ser o dono da verdade, vamos dar uma “versão” daquilo que acreditamos, seja a verdade.
A alegria é algo fugaz e intenso, tanto que nos faz rir, gargalhar, eleva nossa pressão arterial, provoca uma vasodilatação cutânea e chacoalhamos todo o nosso corpo em uma sensação de bem estar que passa logo em seguida. A alegria depende dos outros, pois algo, ou alguém, precisa provocá-la em nós, mas mesmo assim, só a gozamos se nos permitirmos, se nosso mau humor não bloquear estas pequenas bênçãos, estes pequenos agrados que recebemos de quando em vez. Porém, alegria não é felicidade, a felicidade é algo duradouro, construído aos poucos por cada um de nós, cultivado e cuidado todos os dias e que pode existir independente de estarmos alegres ou tristes; explico melhor: Você pode estar sentindo uma dor, como a dor da perda de um ente querido, por exemplo, e ainda assim ser feliz; você pode estar preocupado com a falta de recursos para tratar um enfermo de sua família, e ainda assim ser feliz, o que não acontece com a alegria, pois você pode dar uma gargalhada e estar profundamente infeliz, e o motivo para isso é que a felicidade não depende de ninguém a não ser de você mesmo, pois tudo de bom ou de ruim que você possa estar vivendo, terá influência, mas não será determinante para que você seja feliz, pois o fator fundamental é como você lida com estas coisas, portanto, só depende de você.
É por isso que encontramos pessoas felizes em locais desprovidos de qualquer recurso e pessoas infelizes cercadas de todas as possibilidades e apoio, posto que a felicidade é construída por você, com você e para você.
O que observamos é que grande parte de nós gasta seu tempo e energia para conquistar alegrias e esquece-se de ser feliz, o problema é que, além de ser fugaz e, por isso, trazer grande carga de desapontamento e frustração se vier sozinha, a alegria não depende só de nós, sendo, portanto, algo que não controlamos. Por isso querer enriquecer para ser feliz é um esforço inútil, mesmo porque, cada milhão conquistado será seguido de uma sensação de vazio que leva o indivíduo a buscar outro milhão e assim sucessivamente (você já havia se perguntado por que os corruptos roubam sempre muito mais do que podem gastar em uma única vida?).
Já a felicidade traz bem estar permanente e nos apóia nos momentos de dor e dificuldade, não nos frustra e não nos angustia diante de esforços vãos.
Este assunto me lembra de outro, homólogo, sobre a diferença de paixão e amor, e
ai vamos, na mesma toada, percebendo que a paixão é muito intensa, porém curta, e que para ser realmente e completamente, uma paixão, precisa encontrar seu objeto de desejo, e que, ou se transforma em amor, ou traz frustração e desapontamento.
Já o amor, é calmo, constante, duradouro e só depende de nós, pois o verdadeiro amor não exige ser correspondido, apenas ama, não procura compensação, pois ele é a compensação, e por isso não cansa, não dói, não frustra.
Onde você anda gastando sua energia e seu tempo?
Você, por acaso tem se sentido injustiçado tem sido vítima da ingratidão, ou crê que a vida não tem sido muito boa com você?
Se assim for, acho que você está procurando alegrias e paixões, e desafortunadamente, sua busca não vai terminar nunca.
Mude o foco, deixe de esperar o que os outros “deveriam fazer por você” e comece a trabalhar para fazer alguma coisa em você. Deixe de buscar fora, aquilo que esta dentro de você e passe a construir a tolerância, a paciência, diminua suas expectativas e cultive sua espiritualidade, para então, iniciar sua jornada para um objetivo possível, a felicidade, já que não vai depender de mais ninguém, a não ser você mesmo.
Exclua a palavra ingratidão do seu vocabulário e a palavra mágoa irá embora com ela, para então, você poder ser feliz.
Décio Iandoli Júnior (Santos/SP)
Prof. Dr. Décio Iandoli Jr. – Com doutorado em medicina pela UNIFESP-EPM, é professor titular da cadeira de Fisiologia nos cursos de Fisioterapia, Farmácia e Biologia da Universidade Santa Cecília (UNISANTA), responsável pela disciplina de Envelhecimento e Espiritualidade do curso de Gerontologia da UNISANTA, atual vice-presidente da Associação Médico-Espírita de Santos (AME-Santos), e autor dos livros “Fisiologia Transdimensional”, “Ser Médico e Ser Humano” e “A Reencarnação Como Lei Biológica” editados pela FE. Apresenta o programa “Ciência e Espiritualidade” pela TV Mundo Maior. E-mail: decio@movimentoespirita.org
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