Li esse texto e achei muito bom. Mas, quem
o publicou não disse a autoria, dando a entender que o teria escrito. Daí dei
uma busca e descobri que é de Sil Guidorizzi, visitei seu site e gostei. http://reginaguidorizzi.blogspot.com.br/
Estou compartilhando com vocês.
“Quando decidi ser paz desarmei as coisas ruins. Decidi
viver por conta própria. Fechei o coração para o que não deu certo, parei de me
rebaixar ou implorar atenção.
Quando eu decidi ter direito à minha vida,
desacorrentei o arrastar da alma, o que atrasa, o que não compreende, não vê.
Deixei ir. Parei de comparar, parei de
lamentar, parei de aceitar sobras.
Quando eu decidi seguir em frente sabendo
de todas as minhas responsabilidades, tratei de respirar fundo, tratei de
compreender mais o meu eu.
Joguei a toalha, abri a porta da rua e
coloquei para fora o que me deixava infeliz o que não refletia amor, o que não
era aconchego, o que parecia ser só desespero ou medo da solidão.
Parei de criar caso comigo parei de querer
me sustentar onde não havia alicerce.
Quando eu decidi vestir a roupa de viver,
parei de usar farrapos, parei de me sentir vítima e fui tentar a sorte; fui
buscar meu norte com a bússola do coração.
Quando eu decidi ser paz, eu não
interrompi o ciclo da vida, nem deixei de enfrentar as tempestades, nem de
sentir desejo de amor.
Só mudei o lado, mudei o prisma. Passei a me ver
melhor. Meus rompantes de dor foram necessários, minhas noites de insônia
clarearam o espírito. Minha fé reforçou-se.
Já me agigantei me achando
autossuficiente, já me senti frágil dentro do menor abalo, já chorei em
silêncio. Hoje o tempo é outro. O Olhar também.
Mas não me faltam flores, nem o colorido
do arco-íris. Ainda sinto o cheiro daquele perfume amadeirado que percorreu meu
corpo. Ainda guardo tesouros secretos. Tenho sentimentos mais discretos, tenho
mais autonomia sobre minha vida.
Não mais me revelo tanto assim. Mas já me
rebelei, já deixei transparecer tudo aquilo que não cabia mais. Já corri atrás
até cansar os pés e descansar em algum lugar que não fosse um pesadelo a mais
dentro das coisas que vivi.
Quando eu decidi segurar as rédeas, vi que
poderia soltá-las, poderia simplesmente não estar mais nem aí para nada.
Mas vi que meu fardo ninguém suporta. Por
isso, posso até arrebentar a corda, posso cair. Mas o que é meu não pertence a
ninguém. Pertence a cada suspiro de felicidade ou tristeza, pertence a cada dia
que me levanto e sei que preciso seguir.
Deus sabe de tudo, e eu o acompanho a cada
segundo.
Dei o grito de liberdade porque a alma não estava mais
à vontade. Foi aí, que eu provei do gosto da minha existência. Vivência essa
que ninguém vive por mim”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário