Primeiro vem a paixão. O amor vem depois. Ainda na adolescência o ser humano começa a descobrir a sexualidade. Nos dias atuais o amor juvenil ficou mais picante. Aliás, “ficar” é o termo do momento para definir namoro. Os adolescentes “ficam”, transam, têm relações sexuais mesmo. Porém, o que deveria ser felicidade tem sido, muitas vezes, motivo de tristeza.
Culpa das cabeças medíocres, medievais, que colocam o sexo como tabu, vergonha, coisa do demônio e outras baboseiras do gênero. Os pais não conversam com seus filhos, não explicam a naturalidade e o propósito do sexo com clareza e firmeza. Tudo tem que ser proibido “assunto de gente grande” que menino não pode saber.
O pior, é que os meninos e meninas sabem. Mas, aprenderam da forma errada. Vão perder o caminho, vão se descuidar, e os resultados disso, muitas vezes, são catastróficos. O mínimo que pode acontecer é uma gravidez indesejada. E aí, jovens que teriam ainda muitos anos de alegria pela frente, passam a encarar responsabilidades de adultos. E o pior. Sem o mínimo preparo para isso.
Eu fui criticado pela minha sogra porque permiti que minha filha namorasse aos 12 anos. E lhe disse: Prefiro ela aqui, na minha casa, namorando com alguém que conheço, do que escondida em algum motel. Ora, - podereis dizer – mas, sua filha teve uma gravidez indesejada. É verdade. O risco existe. Mas não deve acontecer por falta de instrução. E ela pagou caro por isso. Gastou os melhores anos da vida dela tendo que cuidar de uma recém nascida. E eu não dei mole. Acolhi em casa, mas, ela só saia para trabalhar ou estudar. Por três longos anos ela não soube o que era festa. Hoje está muito bem casada.
Meu filho adolescente já sabe tudo que tem que saber sobre o sexo. O que eu não ensinei ele aprendeu na escola, com os próprios professores. Afinal, esconder o que? As perguntas que os jovens nos fazem sobre sexo têm que ser respondidas. Eles precisam saber que o sexo é uma coisa muito natural, que, além da finalidade primeira, que é a reprodução da espécie humana, é também algo muito prazeroso, desde que praticado com desejo, higiene e responsabilidade.
E o amor? Ah! “O amor é bossa nova. Sexo é carnaval”, disse Arnaldo Jabor, e eu não consigo melhor definição. O amor vem depois do sexo. Passado o fogo da paixão, período em que o ser humano fica abestalhado, e só tem olhos para a sua outra metade, o amor se manifesta. Os apaixonados tendem a perder a noção das coisas. Os namorados acham lindo até se o seu par deixar escapar um pum.
Mas o amor é lúcido, sereno e nunca se acaba. Mas às vezes, quando maltratado, se transforma em sentimentos menores. E quando adoece vira ódio. Mas ele tudo tolera e tudo perdoa, desde que tenhamos o dom de perdoar no coração. (Cristóvam Aguiar)
Nenhum comentário:
Postar um comentário