Todo final/início de ano, fazemos promessas de mudanças. Depois do Réveillon, ou depois do carnaval, vou parar de beber, vou fazer uma dieta rigorosa, vou me dedicar mais a saúde do corpo e da alma, e coisas do gênero. Mas, isso nunca acontece.
Para muitas pessoas negar um pedido de outro se trata de uma tarefa difícil. Porém, para a maior parte das pessoas, dizer não para si, constitui-se numa missão quase impossível. É o que afirma a psicóloga Ana Luisa Testa, em artigo intitulado "Aprender a dizer não".
Segundo ela, isso acontece porque associamos felicidade com a satisfação de prazeres, e também porque temos uma grande dificuldade em sacrificar o prazer imediato pela recompensa futura. Além disso, aprendemos que temos direito às coisas, simplesmente porque existimos. Não sei se é bem por aí… quando o mundo te dizia que você deveria merecer para ter, o autocontrole era algo muito mais praticado.
Aprender a dizer não, na opinião da psicóloga, tem a ver com dominar seus próprios instintos, ao invés de ser escravizado por eles. Isso traz uma liberdade incrível ao indivíduo. Poder escolher.
Instintos imperativos são capazes de destruir a estabilidade e o crescimento do ser humano. Acaba em consumismo, acumulação, obesidade, traição, alcoolismo, dívidas, violência, e todo tipo de comportamento capaz de violar a própria dignidade e daqueles que convivem com a pessoa.
O prazer desenfreado, e os desvarios emocionais me parecem mais capazes de trazer problemas do que felicidade. Leiam bem: DESENFREADO. Diz ela. “Não” é aquela palavrinha mágica que impõe um limite. E parece que cada um tem uma certa capacidade em colocar-se limites, até porque o “sim” também é necessário. Precisamos sentir bem em qual medida usar ambas atitudes.
A profissional afirma que saciar instintos nos traz uma sensação de recompensa imediata. "Talvez alguns de vocês já repararam como fica mais complicado manter um propósito quando estamos cansados, estressados, de T.P.M. e assim por diante. Nessas horas temos que ser firmes o suficiente para suportar a sensação do desprazer sem cair na tentação".
Apenas esse “suportar” será capaz de transformar o instinto imperativo. Então, se você está determinado à empreender uma (boa) luta contra seus desejos, sugiro que comece devagar, focando em um dos problemas de cada vez, e que inclua em sua vida outras fontes de prazer e também momentos de descanso. Como disse anteriormente, em momentos limites como o cansaço ou o estresse fica quase impossível resistir.
Outro ponto importante é ter consciência de que seu autocontrole pode falhar. Por isso sempre que possível devemos evitar ficar perto das tentações. Seja essa tentação um chocolate ou o ex-namorado que você está mais que determinada à não voltar.
Para quem quer ser livre e feliz nessa vida, vale a pena tentar. Para quem espera uma recompensa no céu, vale também. Imagina a economia de “pecados” que isso não vai dar?
Ana Luisa Testa - psicóloga (CRP-08/13389) - Curitiba – PR.
É formada pela Universidade Estadual de Londrina, com especialização em psicoterapia corporal. Mais informações no site http://www.terapiaemdia.com.br/
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