sexta-feira, 5 de julho de 2013

Amélie Gabrielle Boudet



Amélie Gabrielle Boudet - Biografia e Debate Sobre sua Grande Importância em Prol da Doutrina Espírita

“Os supremos atos da mulher geralmente permanecem ignorados, não saem à luz da admiração do mundo, porque são feitos na vida privada, longe dos olhos do público, pelo único amor do bem” - Samuel Smiles.

Amélie Gabrielle Boudet ou Madame Rivail (Sra. Allan Kardec) nasceu em Thiais, França, em 23 de Novembro de 1795. Após cursar o colégio primário, estabeleceu-se em Paris com a família, diplomada professora de Letras e Belas Artes. Culta escreveu três obras: “Contos Primaveris”, 1825; “Noções de Desenho”, 1826; “O Essencial em Belas Artes”, 1828. Em fevereiro de 1832, Amélie Boudet e professor Hippolyte-Léon-Denizard Rivail casam-se e ambos seguiram na trajetória de estudos. Pouco tempo depois de concluir seus estudos com Pestalozzi, no famoso castelo suíço de Zahringen (Yverdun), o Prof. Rivail fundara em Paris um Instituto Técnico, com orientação baseada nos métodos pestalozzianos.
Madame Rivail associou-se ao esposo na tarefa educacional nada fácil na época. Lançado O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, pseudônimo que tomou o Prof. Rivail, este, meses depois, a 1o. de Janeiro de 1858, com o apoio tão somente de sua esposa, surge o primeiro número da “Revue Spirite”, periódico que alcançou mais de um século de existência grandemente benéfica ao Espiritismo. 


No início o casal Rivail realizou sessões em sua residência, estas muito concorridas, exigindo da parte de Madame Rivail uma série de cuidados e atenções. O local chegou a se tornar apertado para o elevado número de pessoas que ali compareciam, de sorte que em Abril de 1858 Allan Kardec fundava, fora do seu lar, a “Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas”.
Esta grande mulher trabalhou junto com Kardec  e após o falecimento de seu esposo, em 1869, assumiu todos os encargos necessários à gestão do Espiritismo, na França e no mundo -  continuou durante mais 13 anos, dirigindo o movimento espírita a nível mundial. Existe em Paris o Institut Amélie Boudet, cujo portal na Internet é http://www.institutamelieboudet.fr/index.htm, além dos livros"Kardec e Gabi", escrito por Violeta Cunha do Couto e "Kardec e Gabi na Espiritualidade" – ambos podem ser lidos nos endereços postados no final da material.
“Essas informações são preciosas. Destacar a importância dessa mulher na codificação é valorizar seu papel e fazer valer o propósito de almas afins que se unem e se firmam por um objetivo nobre em favor do coletivo” - Raul.
“Tenho para mim que Gabi, quando participava das reuniões espíritas junto com Kardec, não se limitava a secretariá-lo, mas formulava perguntas aos espíritos e, igualmente, Kardec a consultava sobre pontos doutrinários e o que escrevia tinha muito das sugestões e ideias dela.
Penso assim, porque é dessa forma que muitos livros que psicografei tiveram a participação de outros médiuns, a quem consultei e que não concordam que seu nome seja mencionado, tanto quanto o meu não aparece na maioria desses livros.
Acredito que Gabi não tenha autorizado o marido a mencionar-lhe o nome, mas poder-se-ia dizer que a Codificação foi elaborada a quatro mãos. O mais que eu possa dizer já está relatado pelos biógrafos de Gabi, que, por sinal, limitaram-se a apresentá-la, após a desencarnação do marido, como a "viúva Allan Kardec", o que, segundo penso, é um grande equívoco e uma tremenda injustiça quanto à verdade histórica. Todavia, os grandes espíritos optam geralmente pelo anonimato” – Luiz Guilherme.

“Foi uma desses personagens que contribuíram muito para a história, nesse caso a do Espiritismo, mas que ficaram ocultos devido, entre outras coisas, ao machismo predominante no século XIX, onde não muito tempo antes, dizia-se que a mulher não possuia Alma e por isso apenas elas eram "possuídas" pelo demônio. Porém, Gaby, foi uma colaboradora de Allan Kardec nas pesquisas Espíritas que Ele empreendeu. Quando viajava para fazer pesquisas pela Europa, quem atendia aos que procuravam o codificador em sua residência era Gaby, isso pode ser visto nas páginas finais do livro "Obras Póstumas", quando Kardec narra, no tópico denominado de "Clarividência":
"A Senhorita V..., natural de Lyon, é dotada de uma notável segunda vista, conseguindo não só ver os Espíritos no estado normal, sem que esteja sonambulizada, como também observar, com grande precisão, os fatos que se desenrolam a distância. Uma vez em Paris, onde veio passar alguns dias, deliberou visitar-me, na Rua Sainte-Anne, tendo encontrado minha esposa, vez que — desde meu retorno de Sainte-Adresse — me havia eu retirado para Ségur, a fim de, com mais tranquilidade, trabalhar em minha obra sobre o Evangelho. (...) durante a conversa com minha esposa diz-lhe esta:
 “Uma vez que não podereis avistar-vos
com meu marido, o que ele muito lamentará,
não poderíeis transportar-vos em Espírito até
onde se encontra, e vê-lo?” (...)
 Por falta de espaço, não transcreverei todo o diálogo, que pode ser visto no livro Obras Póstumas nas páginas finais, mas por essa pergunta, apenas, já podemos ver a predisposição à pesquisa por parte de Gaby. Um homem como Allan Kardec, com uma visão tão lúcida de mundo, só poderia ter ao seu lado uma mulher tão lúcida quanto. Cabe lembrar também que após a morte de Kardec, quem cuidou da sua biblioteca e sustentou o  movimento espírita com força foi Ela, portanto também merece sua fatia de glória nas pesquisas acerca do mundo invisível” – Alexandre Filho.
 “Ela se destaca por estar a frente de seu tempo. No século XIX a mulher trabalha nas indústrias com salário baixos etc... Gabi, era professora, culta e com ideias avançadas para sua época.Apoia o marido, naquilo que poderia, levá-los ao descrédito e até privações de ordem material como aconteceu.
Evidente que, essa união de almas não foi ao acaso. Eram espíritos, afins.Continuou o trabalho do marido após sua desencarnação. Ela poderia ter simplesmente deixado pra lá, mas sabia da missão não só dele mas tb da missão dela como espirito comprometido com a codificação.
Não me lembro em qual livro, acho que em Obras póstumas, Kardec narra que a esposa ouvia barulhos enquanto ele trabalhava e depois ficou esclarecido que esse ruídos vinham do espírito que o alertava quanto aos erros que estava cometendo quando escrevia. isso mostra sua mediunidade. Seja como for, Amélie foi uma grande mulher” - Lúcia.
Como vemos, muito devemos a sra Kardec no tocante a doutrina. Deixo meus sinceros agradecimentos tanto pela sugestão do post como dos comentários contidos no debate sobre Amélie.

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