“Para as coletividades, como para o indivíduo, é a
concepção do mundo e da vida que determina os deveres, fixa o caminho a seguir
e as resoluções a adotar.” Léon Denis – O Porquê da Vida
Suponhamos
que nos surpreendamos a viajar por uma estrada, e no seu trajeto, quedemos,
pensativos: de onde mesmo estou vindo, para onde estou indo? E por que?
Um esquecimento
que certamente muitos de nós já experimentou, seja nas situações mais singelas
do dia a dia, quanto em momentos importantes da vida em que precisamos parar e
pensar. E nesse pensar, prosseguir o caminho ou mudar seu rumo.
Raciocínio
lógico, aplicado à nossa vida terrena. E como pensar em termos de eternidade?
Não há
diferença, na medida em que possamos perceber o verdadeiro sentido da vida
(eterna), suas origens, seu objetivo e sua perspectiva futura.
Para isso, há
que se entender os pressupostos da existência de um Deus único, bom e justo,
inteligência suprema e criadora do Universo, a pluralidade dos mundos e das
existências corporais.
Como suas
criações e criaturas, essencialmente espírito, não precisaríamos de um corpo
material para viver. Mas a sabedoria Divina nos permite também criar, e nessa
criação, está o mundo material, em cujas etapas nos movimentamos em trabalho de
aprimoramento.
Fruto criação
de Deus e da elaboração de uma plêiade de espíritos irmãos que já alcançaram a
angelitude, os mundos materiais são criados como abrigos aos caçulas
espirituais que incessantemente a criação Divina propaga.
Conseguindo
aceitar, pela razão, estes pressupostos, de imediato nossa percepção da vida
começa a consolar-se como as lágrimas de um sofrimento noturno vão secando ao
raiar de um ensolarado dia.
Nossa visão acanhada do mundo terreno já não
considera somente esta efêmera passagem como a verdadeira vida. Algo mais
existiu, existe e existirá em nossas considerações.
Daí a
aparente injustiça da vida, que até então poderíamos considerar, reveste-se de
um novo enfoque, passando a lei de causa e efeito a explicar tantas coisas que
nos pareciam inexplicáveis, ou sem lógica.
“A lei superior do universo é o progresso
incessante, a ascensão dos seres para Deus, foco das perfeições”. Assim nos
relata Léon Denis, na mesma obra O Porque da Vida.
A palavra de
ordem que deve nos mover é progresso. E o progresso, bem entendido, é no campo
moral, afastando de nós, a cada existência, os rudimentos de seres ainda ligados
à animalidade.
Trabalhando
no desenvolvendo de sentimentos e valores que nobilitem nosso espírito faremos,
a cada existência, uma aquisição de luz que nos aproximará cada vez mais da
perfeição.
Perfectibilidade
é nossa única fatalidade. O resto Deus nos permite, pelo livre arbítrio
desenvolvido nas aquisições morais, tecer nossa história.
“Somos herdeiros de nós mesmos”, já nos disse o
espírito Manoel Philomeno de Miranda, através de Divaldo Franco, em Transtornos
Psiquiátricos e Obsessivos.
Nessa perspectiva,
urge tomarmos consciência conceitual de nossa verdadeira história, anterior a
essa existência, vivenciar o hoje com plenitude e projetá-la para o futuro, na
certeza de que podemos e devemos nos construir para a verdadeira felicidade.
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