sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Religiosos e eleições

Muitos acham que religião não deve ser misturada com política. Há uma grande diversidade de opiniões e, inclusive, diretrizes absurdas como a determinação de que “não se pode falar em política na Casa de Deus”. E você, caro leitor, acha coerente e sensato se omitir em relação aos problemas do município, do estado e do País? Acha que não devemos ter preocupação com respeito a escolha de quem nos governará? Será que tanto faz quem vai comandar tudo isto, que não tem problema nenhum? Se sua resposta é sim, então me responda: Por que o mal prolifera na Terra? Não sabe? Então eu respondo: Por omissão dos bons.

Que a religião não se envolva em política partidária, isto sim, está correto, pois que os partidos políticos não estão preocupados com os problemas do país, estão preocupados com as suas conveniências e os interesses dos seus caciques. Aí está o julgamento do “Mensalão”, que  escancara o que a sem-vergonhice político partidária é capaz de fazer.
 
Mas daí a entender que não devemos nos envolver com a política em si, é de uma incoerência sem tamanho, porque caracteriza crime de omissão. Devemos sim, nos preocupar com coisas materiais, meu irmão. Não devemos nos preocupar  “Só” com coisas materiais, isto sim.

Eu alcancei uma época em que, por exemplo, vereadores não tinham salários. A Câmara Municipal era composta por homens dotados de espírito público, que dedicavam parte do seu tempo para debater sobre assuntos do interesse da sociedade.Todos tinham suas ocupações na lida diária, afinal, tinham que ganhar o pão de cada dia com o trabalho. Havia, é claro, políticos profissionais entre eles. Eram aqueles que estavam ali para defender os interesses dos seus caciques políticos, que geralmente lhes oferecia algumas benesses do poder.  Aproveitadores e oportunistas sempre existiram e sempre existirão.

Quando vereador passou a ter salário toda sorte de vagabundos, desonestos e oportunistas passou a disputar as eleições. Com isso, as pessoas de bem se afastaram com a frágil desculpa de que não queriam nem deveriam se misturar com aqueles. Esse foi o grande erro. O espaço ficou vago e foi ocupado porque quem não devia. Agora, as pessoas de bem são governadas por eles.

Os religiosos devem sim participar mais ativamente das eleições. Não digo que ser religioso seja ter certificado de bom caráter e honestidade. Pelo contrário. Hoje em dia os meios religiosos estão infestados de pessoas despidas de virtudes. Mas o povo certamente saberá separar o joio do trigo.
Basta que não se deixe ser manipulado, não permita que a sua consciência seja conduzida conforme conveniências de outros, não seja fantoche nem marionete de ninguém. Não vamos permanecer nesta omissão irresponsável. Vamos nos envolver na política pra valer.

Cristóvam Aguiar - jornalista

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