quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Sobre nós, mulheres...


'Parabéns para você, que, linda, lida com explosões hormonais uma vez ao mês. Que sente tudo inchar. Que chora por besteira. Que valoriza bobagens. Que acredita em filmes de amor. Que faz coleção de esmaltes. Que ama sapatos, bolsas e cacarecos para colocar no cabelo. Que compra só porque tava em liquidação. Que sempre precisa de alguma coisa. Que acha o amor a coisa mais bonita – e importante desse mundo. Que sabe como é fundamental olhar para si mesma – ainda que de vez em quando se perca e se preocupe em demasia com o "querer" do outro.
Parabéns para você, que dia a dia aprende mais sobre você mesma. Que erra para aprender. Que é forte o suficiente para seguir em frente – sem lamúrias, mas com maturidade e sensatez. Que de vez em quando esquece a própria idade e o juízo em algum canto. E depois acha, como mágica.
Parabéns para você, que tem um sonho. Que não desiste, apesar do que falam. Que não se abala, apesar do medo. Que sente uma fraqueza interna, mas caminha com passos firmes. Que fica tonta, mas não desmaia. Que apesar de cada pedra no caminho, corre. Que reclama dos problemas, mas entende que a vida é feita deles. Que tenta entender o defeito alheio – e procura perceber os seus.
Parabéns para você, que tem ambição. Em crescer, fazer mais, evoluir, ser melhor, ganhar destaque, conquistar o mundo. Eu sempre quis ganhar o mundo, e você? Parabéns para quem abriga dentro de si todos os melhores sentimentos – e toda a coleção de pensamentos.
Parabéns para você, que por algum momento desacreditou no amor. Que sofreu, chorou, mas percebeu que é preciso continuar – de algum jeito ou alguma forma. Que é preciso ter fé, pois o que tiver que ser a vida se encarrega de fazer. Que não consegue ler letras duras, mas que foi obrigada a digerir frases pesadas.
Parabéns para você, que encontrou um amor para chamar de seu. E que acredita que o para sempre nunca acaba – até que ele olhe para você e diga que nunca acreditou nessa coisa mulherzinha e babaca de mulher-da-vida-amor-da-vida.
(...) Parabéns para você, que tem um filho lindo. Que olha para o sorriso dele e sente uma paz infinita com sabor de chiclete de morango. Parabéns para você, que não pensa em ter filhos. E que acha que o mundo é um lugar muito complicado para uma criança. Parabéns para você, que é mãe solteira. E que desempenha muitos papéis. Parabéns para você, que jogou no fundo da gaveta o sonho de ter um filho. Só lembre sempre que gavetas não cuidam bem dos sonhos – por isso você é que precisa pegá-los pela mão. E ir.
Parabéns para minha mãe, que é minha primeira referência de mulher. Que acertou ao dizer que a gente deve pecar pelo excesso, não pela omissão. Que cometeu muitos erros – e me ensinou a não repetir passos incertos. Com ela eu aprendi o que é doação – e que a gente deve primeiro entender o que sente e quem é.

Parabéns para a minha avó, que é mulher com eme maiúsculo. (...) Exemplo de força, pureza, vontade de viver.
Parabéns para cada uma de vocês, que sabem o quanto é difícil ser mulher. Mas quer saber? Eu não trocaria isso por nada nesse mundo.'

Clarissa Corrêa

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Amor é ...



Amor é muito mais que o coração batendo forte ou pernas bambas...Amor é RENÚNCIA!! É renunciar ao orgulho, ao egoísmo, renunciar à vontade de SER feliz e decidir FAZER alguém feliz... Amor não consiste em palavras bonitas e sim em atitudes concretas...

  Amar não é desejar ouvir frases prontas românticas, é dizer coisas sinceras do fundo do coração sem esperar resposta... 
 Amar faz bem... Mantêm o coração vivo, não o permite adoecer em meio às intempéries da vida...O amor nos aquece no inverno e torna nossos dias mais coloridos na primavera...O amor nos faz prosseguir quando a razão nos obriga a parar...O amor vê os defeitos, mas sabe superá-los...
 Amor é ATITUDE, é ESCOLHA. O amor é sublime, é nobre... Não busca seus próprios interesses, mas luta pelo bem do outro, pelo sorriso na face do ser amado... Quem disse que o amor é cego não sabia amar. O amor abre nossos olhos e nos permite enxergar a realidade.  A paixão sim é cega!! O amor enxerga perfeitamente!!
 O amor deixa o passado, vive o presente e luta por um futuro diferente. 
 O amor não precisa do tempo para subsistir, não é preciso conhecer toda a vida de alguém para amá-lo...   
 O amor não está presente em declarações vazias, beijos superficiais ou em aventuras momentâneas, ele se encontra no pulsar de um coração que deseja ver o bem do outro, que se satisfaz na felicidade do próximo... Amar é abrir mão dos sonhos individuais para sonhar em conjunto... O amor não traz vãos suspiros, não busca seu prazer...O amor nos faz sonhar sem perder de vista a realidade, nos faz voar sem tirar os pés do chão.
 Não é à toa que o amor é a essência de Deus, que amar é viver, pois de todos ele é o mais puro e nobre sentimento... O amor é sofredor, mas ainda que por causa dele precisamos sofrer, através disso faz-se mais forte. O amor possui a grandeza em si, cresce e se fortalece em meio a dor... 
 O amor é lindo, nele não há maldade, egoísmo ou ódio. Aliás, o remédio para não odiar é amar e o antônimo de egoísmo é amor.
 Por favor, não guarde o amor no escuro porão de sua alma, distribua-o todos os dias através de pequenos gestos de carinho, palavras gentis e sorrisos sinceros, pois ele é o único bem que ao ser dividido se multiplica; ao ficar guardado ele se desgasta, exercite-o!!  O amor é a melhor vacina, o mais eficaz dos remédios, o maior tesouro. O amor cura, o egoísmo destrói, o ódio mata. O amor ressuscita corações sepultados... A paixão pode até acabar, porém o amor não tem fim...
 O amor não se importa com posses, bens ou riquezas, para ele não há pobre ou rico, jovem ou velho, há apenas os que permitem que o amor floresça neles e aqueles que “fecham” todas as portas para que ele não entre!!
 O amor é tão abnegado que levou para a cruz um Rei. Rei esse que não tinha porque  ser condenado, a não ser por amar tanto a humanidade. Deus é amor, e Jesus Cristo é a demonstração desse amor por cada um de nós. Porém, muitos não permitem que esse Amor, entre e transforme sua vida, preferindo viver na escuridão da solidão. Felizes são os que abrem as portas para esse Amor e permitem que  Ele se instale, tornando-se eternos aprendizes na lei do Amor, sendo ensinados a cada dia por Aquele que do amor é o maior professor: Jesus !

"Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a sua vida pelos seus amigos". João 15.13


"O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha. Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor. O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta." 1 Coríntios 13.4-8


domingo, 28 de outubro de 2012

Viver não dói


Definitivo, como tudo o que é simples. 
Nossa dor não advém das coisas vividas,
mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram.
Por que sofremos tanto por amor?
O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido
uma pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso
e que nos fez companhia por um tempo razoável, um tempo feliz.
Sofremos por quê?
Porque automaticamente esquecemos o que foi desfrutado e passamos a sofrer
pelas nossas projeções irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos
de ter conhecido ao lado do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que
gostaríamos de ter tido junto e não tivemos, por todos os shows e livros e silêncios
que gostaríamos de ter compartilhado, e não compartilhamos.
Por todos os beijos cancelados, pela eternidade.
Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um amigo,
para nadar, para namorar.
Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os momentos em que  poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais profundas angústias
se ela estivesse interessada em nos compreender.
Sofremos não porque nosso time perdeu, mas pela euforia sufocada.
Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo
confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam,
todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar.
Como aliviar a dor do que não foi vivido?
A resposta é simples como um verso:
Se iludindo menos e vivendo mais!!!
A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida
está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do sofrimento, perdemos também a felicidade.
A dor é inevitável.
O sofrimento é opcional.

Carlos Drummond de Andrade






quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Blog de mãe que fez 'greve' contra bagunça das filhas vira hit na internet

Uma mãe canadense criou um blog que está fazendo sucesso entre pais de todo o mundo ao relatar uma experiência inusitada. Cansados de recolher a bagunça das três filhas pela casa e lavar a louça suja que as meninas deixavam acumular na cozinha, Jessica Stilwell e o marido simplesmente resolveram entrar em uma greve doméstica.
'Tudo começou quando tive um fim de semana muito ocupado e meu marido estava fora. Então olhei em volta e me dei conta que minhas filhas não estavam fazendo sua parte e assumindo suas responsabilidades (com as tarefas domésticas)', contou Stilwell, em entrevista à BBC.
'Quando meu marido chegou em casa, eu lhe disse: vamos entrar em greve.'
A canadense, que vive na cidade de Calgary, conta que, no primeiro dia em que ela e o marido pararam de arrumar a casa e a bagunça das filhas, as três irmãs se deram conta de que algo estranho estava acontecendo, mas não sabiam muito bem o que era.
Depois de seis dias, quando havia roupas e louça suja por toda a casa, elas finalmente entenderam que os pais estavam em 'greve' para pressionar por uma mudança na atitude das três.
 
Redes sociais
Em um primeiro momento, Stilwell relatou a experiência em sua página no Facebook.
A bagunça das filhas de Jessica (Foto: Divulgação/BBC) Logo, por sugestão de parentes, que elogiaram seu estilo bem-humorado, resolveu criar um blog.
Seus textos registram como tigelas, copos usados e roupas sujas começaram a se acumular em todos os cantos da casa enquanto, no fim do dia, Stilwell simplesmente sentava-se para relaxar e tomar um vinho, em vez de dedicar-se à limpeza e arrumação.
'Hoje uma de minhas filhas sentou-se para jantar, olhou para o cereal empapado em sua frente e exclamou 'Eca! O que é isso?', empurrando a tigela para mim', escreveu a canadense no segundo dia da 'greve'. 'Eu respondi com toda calma: 'Parece que é o seu café da manhã, querida.''
A mãe canadense conta que depois de alguns dias, as meninas começaram a reclamar e a culpar umas as outras pelo caos na casa.
No sexto dia, finalmente, elas decidiram ajudar a arrumar a bagunça.
'Esse foi só um jeito criativo de lembrá-las, com humor, de que somos parte de uma equipe aqui e todo mundo precisa fazer a sua parte', disse Stilwell.

Informaçãoes do G1

terça-feira, 23 de outubro de 2012

O Espiritismo é cristão?

Outro dia tive a infelicidade de assistir a um representante da Igreja Católica em um site especializado explicando a seus seguidores, de acordo com seu entendimento, que os espíritas não poderiam ser considerados Cristãos por três motivos: 1 – Para ser Cristão, precisamos crer que Jesus é Deus; 2 – É necessário acreditar que Deus se fez homem; 3 – Tem que aceitar a ideia de que Jesus ressuscitou dos mortos. E, para concluir seu raciocínio, finalizou dizendo que os espíritas retiram da Bíblia apenas as passagens que lhes interessam; portanto, o Espiritismo seria anticristão.

É com muita tristeza que me deparo com comentários errôneos e um tanto quanto maldosos a respeito do Espiritismo cristão. E o que mais me surpreende é o proselitismo praticado por um sacerdote católico, porta-voz de respeitável organização religiosa, com formação em filosofia e teologia, desrespeitando outras opiniões de credo que não vão ao encontro dos dogmas de sua igreja.

Ora, Cristianismo não é sinônimo de Catolicismo, tão pouco o Catolicismo é a única representação cristã na Terra. Ser cristão é, sobretudo, seguir os ensinamentos do Mestre, independentemente de dogmas ou rituais religiosos, como o próprio Cristo afirmou: “Onde estiverem duas ou mais pessoas reunidas em meu nome, lá estarei”.

Nós espíritas entendemos que "Fora da Caridade não há Salvação" e a caridade só é possível quando amamos a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos, de acordo com os mandamentos.

É certo que cada Espírito possui a sua individualidade e cada um traz no seu íntimo a bagagem de conhecimentos acumulados ao longo de suas existências. Desta forma, cada um de nós tem opiniões distintas em virtude de diferentes graus de adiantamento moral e intelectual em que nos encontramos, o que não nos torna melhores ou piores que ninguém. Apenas devemos nos respeitar e nos ajudar a fim de que possamos progredir mutuamente.

Allan Kardec, o codificador da Doutrina Espírita, ensina: “O objetivo da religião é conduzir a Deus o homem. Logo, toda religião que não torna melhor o homem não alcança o seu objetivo". Deste modo entendemos que toda religião que tem por base o amor, a verdade e o bem, nos leva ao encontro de Deus.

Denegrir a imagem de outras religiões, tentar provar qual religião é a melhor, não traz nenhum benefício a ninguém, afinal, dizer que é católico, espírita ou evangélico não garante a nossa salvação; o que importa são as nossas ações.

O que nos parece mais aceitável? Um ateu moralmente ilibado ou um devotado sem caráter? "Não basta ter as aparências da pureza; acima de tudo, é preciso ter a pureza do coração.”

O que nós espíritas desejamos é um pouco mais de respeito para com a nossa doutrina, assim como nós respeitamos todas as religiões e sabemos que todas são importantes para o desenvolvimento de uma sociedade, pois um homem sem fé é como um barco em alto mar enfrentando uma tempestade sem farol.

Respeitamos profundamente as escrituras sagradas, elas nos trazem ensinamentos de grande valor, mas sabemos que o homem dá a elas a interpretação que melhor lhe convém.

Somos cristãos sim! Acreditamos, defendemos e procuramos praticar os ensinamentos de Jesus, que é o nosso guia e modelo.

Anticristã é a ideia de julgar aquilo que não conhecemos. Portanto, amigos, não teçam comentários baseados no "achismo". A Doutrina Espírita é fundamentada no Amor em Cristo.

"Não julgueis, pois, para não serdes julgados; porque com o juízo com que julgardes os outros, sereis julgados, e com a medida com que medirdes, vos medirão também a vós." (Mateus, VII: 1-2


                  André Luiz Alves Jr.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Os seis fantasmas do medo

Medo É Apenas Estado de Espírito

1 Pobreza
2 Crítica
3 Saúde precária
4 Amor perdido
5 Velhice
6 Morte


Temores nada mais são que estados de espírito. O estado de espírito está sujeito a controle e direção.

Você Teme as Críticas?

            Exatamente de que modo o homem chegou a esse temor, ninguém o sabe com certeza – mas uma coisa é certa: ele o tem de maneira bastante desenvolvida.

            O autor tende a atribuir o medo básico à crítica a parte da natureza herdada do homem, que não só o encoraja a tirar os bens e objetos do seu semelhante, mas ainda a justificar a ação, criticando o caráter do seu semelhante. É fato conhecido que o ladrão crítica o homem de quem furta, que políticos procuram vantagens não expondo suas virtudes e qualidades, mas tentando manchar seus oponentes.

            Astutos fabricantes de roupas não foram lerdos em capitalizar esse medo básico à crítica, maldição de toda a humanidade. De estação em estação, mudam os estilos de muitos artigos de vestuários. Quem estabelece os estilos? É claro que não é o comprador de roupas, mas o fabricante. Porque os muda com tanta freqüência? A resposta é óbvia: muda os estilos para poder vender mais roupas.

            Pela mesma razão os fabricantes de automóveis mudam os estilos dos modelos, a cada ano. Poucos querem ter um carro que não seja do último tipo.

            Estávamos descrevendo o modo pelo qual as pessoas se comportam sob a influência do temor à crítica, no que se refere às pequenas e mesquinhas coisas da vida. Examinemos agora o comportamento humano, quando esse temor afeta as pessoas em relação a fatos mais importantes nas relações humanas. Tomemos como exemplo praticamente qualquer pessoa que tenha chegado a idade da maturidade mental (dos 35 aos 40 anos, como média geral). Se se pudesse ler-lhe os pensamentos secretos, encontraríamos, em geral, uma descrença muito decidida nas fábulas que inúmeros dogmáticos ensinavam há algumas décadas.

            Por que é que a pessoa média, mesmo nos nossos dias de esclarecimento, hesita em negar sua crença nas fábulas? A resposta é: “Medo da crítica”. Homens e mulheres já foram queimados vivos por ousarem manifestar descrença em fantasmas. Não é de admirar que tenhamos herdado uma consciência que nos faz temer as críticas. Houve época, e não muito distante, em que a crítica trazia severos castigos – ainda os traz, em alguns países.

            O medo à crítica rouba a iniciativa ao homem, destrói-lhe o poder de imaginação, limita-lhe a individualidade, tira-lhe a autoconfiança, causando-lhe danos em centenas de outras maneiras. Pais causam aos filhos, às vezes, ferimentos irreparáveis, ao criticá-los. A mãe de um de meus companheiros de infância costumava castigá-lo quase diariamente, com uma chibata, sempre completando a obra com a afirmação: “Você acabará na penitenciária antes dos vinte.” Mandaram-no a um reformatório, aos dezessete anos de idade.

            Crítica é uma forma de serviço que todos têm em demasia. Todos possuem um estoque dela, distribuindo-a, de graça, quer a pedido, quer não. Os parentes mais próximos são, às vezes, os piores ofensores. Deveria ser considerado crime (na realidade e crime da pior espécie) os pais criarem complexos de inferioridade na mente da criança, por críticas desnecessárias. Empregadores que compreendem a natureza humana conseguem o máximo dos homens, não através de críticas, mas por sugestões construtivas. O mesmo resultado pode ser obtido pelos pais, com relação aos filhos. A crítica implanta o medo no coração humano, ou então ressentimento, mas nunca amor ou afeição.


         

  Sete Sintomas que Demonstram Medo à Crítica

            Esse medo é quase tão universal quanto o medo da pobreza e seus efeitos fatais a realização pessoal, principalmente porque destrói a iniciativa e desencoraja o uso da imaginação. Os sintomas principais são:

1. Acanhamento: Geralmente expresso por nervosismo, timidez na conversação e em conhecer estranhos, movimentos desajeitados das mãos e membros, olhares desviados.

2. Falta de equilíbrio: Expressa por falta de controle da voz, nervosismo na presença dos outros, má postura do corpo, péssima memória.

3. Personalidade fraca: Falta de firmeza nas decisões, de encanto pessoal e capacidade de exprimir opiniões com firmeza. Hábito de desviar-se dos assuntos, em vez de encará-los. Concordância com os outros, sem antes examinar-lhes as opiniões, com cuidado.

4. Complexo de inferioridade: Hábito de expressar auto-aprovação oralmente e por ações, como meio de disfarçar o sentimento de inferioridade; usar palavras “grandiloqüentes” para impressionar os outros (muitas vezes sem conhecer-lhes o verdadeiro significado), imitar outros na maneira de vestir, falar e nos modos, jactando-se de realizações imaginárias. Isso dá, por vezes, a aparência superficial de um sentimento de superioridade.

5. Extravagância: Hábito de tentar “emparelhar com os Silva”, gastando além das possibilidades.

6. Falta de iniciativa: Fracasso em aproveitar oportunidades de progredir, medo de expressar opiniões. Falta de confiança nas próprias idéias, dando respostas evasivas as perguntas formuladas por superiores, hesitarão nas maneiras e no falar, falsidade nas palavras e feitos.

7. Falta de ambição: Lassidão mental e física, falta de auto-afirmação, lentidão em chegar às decisões, facilidade em ser influenciado; hábito de criticar os outros, nas costas e elogiá-los na frente; hábito de aceitar a derrota sem protesto ou fugir a um empreendimento, se encontrar oposição; suspeita imotivada dos outros, falta de tato nas maneiras e no falar, má vontade em aceitar a culpa dos erros.

Estudo completo dos medos: http://www.4shared.com/file/F5_Dglim/OS_SEIS_FANTASMAS_DO_MEDO.html


sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Nossa saúde depende do que comemos ou do que pensamos?

“Mens sana in corpore sano” (mente sã num corpo são) é uma famosa citação latina, derivada da Sátira X do poeta romano Juvenal. No contexto, a frase é parte da resposta do autor à questão sobre o que as pessoas deveriam desejar na vida “Deve-se pedir em oração que a mente seja sã num corpo são. Peça uma alma corajosa que careça do temor da morte, que ponha a longevidade em último lugar entre as bênçãos da natureza, que suporte qualquer tipo de labores, desconheça a ira, nada cobice e creia mais nos labores selvagens de Hércules do que nas satisfações, nos banquetes e camas de plumas de um rei oriental. Revelarei aquilo que podes dar a ti próprio; Certamente, o único caminho de uma vida tranquila passa pela virtude”.

A conotação satírica da frase, no sentido de que seria bom ter também uma mente sã num corpo são, é uma interpretação mais recente daquilo que Juvenal pretendeu exprimir. A intenção original do autor foi lembrar àqueles dentre os cidadãos romanos que faziam orações tolas que tudo que se deveria pedir numa oração era saúde física e espiritual. Com o tempo, a frase passou a ter uma gama de sentidos. Pode ser entendida como uma afirmação de que somente um corpo são pode produzir ou sustentar uma mente sã. Seu uso mais generalizado expressa o conceito de um equilíbrio saudável no modo de vida de uma pessoa.
A Psicologia preconiza que “todo ato psíquico tem reflexo físico”. Isso quer dizer que o nosso corpo reage de acordo com os nossos pensamentos. Desse ponto de vista, pessoas positivistas, otimistas, sempre focadas em bons pensamentos, que vivem de bem com a vida, terão mais saúde do que os negativistas, pessimistas, que sempre pensam no pior, estão sempre predispostos à prática do mal, vivendo de mal com a vida, terão a saúde comprometida.
Os sete pecados capitais apontados na Bíblia Sagrada (Orgulho; Inveja; Ira; Preguiça; Avareza; Gula; Luxúria) São pensamentos que levam a comportamentos danosos à saúde do ser humano. Por esta razão que todas as doutrinas religiosas, todos os estudos científicos, remetem sempre as pessoas á busca da harmonia entre o corpo e a mente, e esta harmonia é o que se chama de “paz de espírito”.

Comer faz mal à saúde?
Mais uma vez nos remetemos à Bíblia Sagrada, precisamente ao pecado da Gula, que é o desejo insaciável, além do necessário, em geral por comida, bebida. Esse pecado também está relacionado ao egoísmo humano: querer ter sempre mais e mais, não se contentando com o que já tem. É uma forma de cobiça. Ela seria controlada pelo uso da virtude da temperança.
A Religião alerta e a ciência afirma que nós somos o que comemos. Ou melhor, a nossa saúde, ou falta dela, é determinada pelo que comemos. Os “letrados” dizem que “todo exagero é pernicioso”, e o povo na sua simplicidade afirma que “tudo demais é sobra”. Deduzimos então que, mesmo um alimento sendo de boa qualidade, se o consumimos exageradamente, nosso corpos sofrerá conseqüência, sendo a obesidade a mais comum delas.
O nosso organismo é sábio e está sempre emitindo alertas quando ultrapassamos limites. Há pessoas sensíveis e sensatas que identificam de imediato estes alertas e cuidam de conter os excessos. Mas há outas que necessitam de orientação familiar ou, na falta dela, orientação médica, para saber o que, quando e em que quantidades ingerir determinados tipos de comidas ou bebidas. Não por acaso, os atletas são sempre acompanhados por nutricionistas.
Respondendo então à questão do título desta matérias, nossa saúde depende sim do que pensamos e do que comemos, e o nosso corpo externa os resultados.

Cristóvam Aguiar

Texto publicado na edição especial Dia do Médico, encartada no jornal Tribuna Feirense desta sexta-feira (19)  (Com dados da Wikipédia)

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Vítimas do Hábito

Existem pessoas que encontram muita dificuldade em fazer pequenas mudanças em seus hábitos.

Pessoas que têm suas coisas bem arrumadas e nos lugares certos, sempre na mesma posição e, de preferência, na mesma ordem.

Seguem sempre pelos mesmos caminhos, freqüentam os mesmos restaurantes e pedem os pratos já conhecidos.

Encontram sempre os mesmos amigos, torcedores do mesmo time, e conversam com os que trabalham em profissões semelhantes.

Geralmente ouvem a mesma rádio, assistem os mesmos canais de televisão, e variam pouco a programação.

De certa forma, isso as faz sentirem-se seguras. Arriscar não é do seu feitio.

Por outro lado, pessoas assim acabam sendo vítimas do hábito e têm grande dificuldade para resolver problemas. A menos que sejam problemas já conhecidos.

Isso gera ansiedade, depressão e baixa auto-estima quando precisam encontrar solução para situações inesperadas e sua criatividade é solicitada

Ah, se esses adultos pudessem se ver quando tinham a desenvoltura dos seus 5 ou 6 anos de idade...

Era uma idade em que a criatividade brotava por todos os poros.

Não faltava solução para problema algum. Não havia perigo que não fosse afastado com um disparo de água, com seu revólver de brinquedo.

Não havia guerra que não pudesse ser vencida com algumas bolinhas de papel, arremessadas com um elástico esticado na ponta dos dedos.

Agora são executivos, homens e mulheres de negócio...

Pessoas que precisam mostrar seriedade.

Todavia, esquecem-se de que seriedade não quer dizer sisudez nem falta de um sorriso nos lábios.

Essas reflexões nos fazem lembrar um garoto de setenta e poucos anos, homem público, respeitável profissional reconhecido no mundo inteiro, que se diverte brincando com um bilboquê, ou andando de balanço.

Podemos até imaginar a felicidade dos seus netos ao ver o avô brincando como um garoto...

Esse homem é um ilustre professor, psiquiatra, educador e escritor brasileiro.

Ninguém imagina que um homem desses não seja um profissional sério só porque não assassinou o menino que corria pelos quintais, fazia piruetas e despencava dos galhos das árvores de vez em quando.

Não podemos crer que esse profissional seja menos competente só porque todas as vezes que se sente inseguro, chama o menino que habita seu ser, e este vem e lhe dá a mão.

Podemos imaginar justamente o contrário: uma grande capacidade de resolver conflitos e problemas.

Uma pessoa assim tem grande criatividade, leveza e satisfação em tudo o que faz.

Seus escritos exalam um suave perfume de jardim em flor. Suas idéias fluem com a suavidade da brisa das manhãs primaveris.

É de pessoas assim que o mundo precisa.

Homens e mulheres confiantes, alegres, honestos, descomplicados, leves...

Pense nisso!

A seriedade é uma característica do espírito. Um sorriso não a destrói. Um rosto fechado não a garante.

Pense nisso, e considere que a criança que habita em você pode lhe ajudar a encontrar a felicidade que há muito você vem procurando.


Texto da Equipe de Redação do Momento Espírita.


quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Dia da Música Popular Brasileira

             Hoje, 17 de outubro, comemora-se o Dia Nacional da Música Popular Brasileira (MPB). Esta data foi estabelecida pela a Lei 12.624, sancionada em maio passado pela presidente Dilma Rousseff. O dia foi escolhido por ser o do nascimento da compositora Chiquinha Gonzaga (1847-1935).  O projeto original, do deputado Fernando Ferro (PT-PE), é de 2003. “A música é, entre todas as manifestações artísticas brasileiras, a que mais acentuadamente revela a riqueza de nossa diversidade cultural e regional”, afirmou o parlamentar na apresentação da proposta.
            “A adoção desse dia é uma forma de homenagear a primeira maestrina do país, que, em pleno século XIX, quando predominava a música europeia nos salões da aristocracia brasileira, desafiou os costumes de sua época e ousou trazer os ritmos africanos para suas composições musicais.” Ferro acrescenta que Chiquinha Gonzaga era “um mulher antenada com as grandes questões de seu tempo” – lutou pela abolição da escravatura e pela causa republicana, além de ser precursora na luta por direitos autorais. Mas Chiquinha também é lembrada pela sua independência. Separou-se do marido imposto, um escândalo para a época. Teria dito que não conseguia ver a vida sem harmonia.
Como surgiu a MPB
            A MPB surgiu no período colonial, quando brancos, índios e negros integraram os ritmos e os sons de suas etnias e os disseminaram em todas as classes sociais. Chiquinha Gonzaga foi uma das pioneiras divulgadoras da MPB, contagiando o publico, sobretudo com a música carnavalesca "Abre alas", em 1899. Em 1917, foi gravado o primeiro samba: "Pelo telefone", de Ernesto dos Santos, o Donga, e João Mauro de Almeida.
            Há nomes que merecem destaque na MPB: Pixinguinha, que fez muito sucesso com as músicas "Carinhoso"e "Rosa", conhecidas até hoje, "Ai, eu queria", "Mentirosa"; Noel Rosa ("Com que roupa?", "Feitio de oração", "Feitiço da Vila"); Cartola ("Divina dama", "As rosas não falam") e Ataulfo Alves ("Ai que saudade da Amélia", "Laranja madura"). Zé Kéti ("Máscara Negra"), Nelson Cavaquinho ("Folhas secas"), Candeia e outros enriqueceram também a MPB e influenciaram os novos compositores. 

            A música européia exerceu também muita influência na nossa música carnavalesca, a marchinha; o samba também foi alterado, tornando-se mais lento, o que deu origem ao samba-canção, que depois se tornou "samba de fossa", ou seja, musica cheia de nostalgia, que falava de desencontros e solidão. Lupicínio Rodrigues destacou-se nessa modalidade. 

            Na década de 1940, foi criada a expressão "bossa nova", que ressurgiu na década de 1950, sob a influência do jazz. Em 1958, o cantor e compositor João Gilberto gravou a música "Chega de saudade" e se tornou símbolo da bossa nova, ritmo que também consagrou Tom Jobim. 

            No final da década de 1960, as músicas "Domingo no parque", de Gilberto Gil, e "Alegria, alegria", de Caetano Veloso, deram início ao movimento musical chamado Tropicalismo, organizado não só por esse dois compositores, como também por Tom Zé, Os Mutantes, e Torquato Neto.  Francisco Buarque de Holanda, o Chico, é considerado um dos expoentes da música popular brasileira, ao lado de Tom Jobim, Vinícius de Morais, Baden Powell, Paulinho da Viola, Billy Blanco, Martinho da Vila, Francis Hime, Toquinho, entre outros.
Fonte: http://www.redebrasilatual.com.br e http://www.paulinas.org.br

Gal Costa e Elis Regina - "Estrada do sol" - 1981

terça-feira, 16 de outubro de 2012

O agora: o maior plano das nossas vidas

Afinal, não damos o devido valor ao presente e sua simplicidade? Leia o post da jornalista Claudia Penteado no blog Mulher 7 X 7 - Época

O paraíso é onde estou (Voltaire)

Outro dia fui arrebatada pela coluna de Eliane Brum na revista Época sobre Joan Didion, a escritora que perdeu numa tacada só marido e a única filha para a morte, e… “sobrou”. Diante da velhice, foi tomada por um sentimento de vazio, perguntando-se o que fazer com tantos planos imaginados para a velhice. Acabou escrevendo um livro recheado de belas memórias de seus companheiros de vida, chamado “noites azuis”, e vive o dia-a-dia sem muito entusiasmo, a não ser quando acessa o passado e desanda a escrever.

Poucos dias depois, entro em um táxi e começo a conversar amenidades com o motorista, um português há 30 anos no Brasil. Seu projeto mais ousado naquele momento é conhecer o sul do Brasil, algo que planejou fazer com a esposa durante 30 anos e não conseguiu realizar. Todas as férias ela preferia ir a Portugal visitar os parentes do marido e ele cedia. “Quando seus pais morrerem, vamos para o sul de férias”, dizia a esposa, com quem o motorista sonhava compartilhar a velhice. Seu pai morreu, sim, mas poucos meses depois a própria esposa faleceu, perdendo a batalha de apenas alguns meses para um câncer na face.

“Desde então não faço mais planos. Vivo o dia a dia.”, disse o taxista.

Na mesma noite, ouço a história de uma colega de pós-graduação cuja mãe sofre de Alzheimer há 10 anos e há dois entrou em estado vegetativo – antes mesmo de completar 70 anos de vida. Atormentada com a ideia de que possa um dia vir a desenvolver a doença que tanto maltratou a mãe, minha colega questionou o médico, que lhe pegou pela mão, os olhos firmes, e disse: viva intensamente, cada dia da sua vida.

Naquela semana, o tema no grupo de filosofia era Nietzsche e a importância de potencializar o presente: o que dá sentido à vida é desejar o eterno retorno do instante. Este “retornar” é o agora. “O excesso de imaginação em relação ao futuro não leva a nada. Deve-se viver intensamente o instante, de forma criativa.”, bradou o professor. Até para se amar alguém, por exemplo, é preciso esquecer. Amar não é uma rememoração, é um ato. A inteireza desse ato só pode acontecer no esquecimento. Está tudo lá, escrevinhado no meu caderninho de filosofia.

Aí me deparo com o post do roteirista Marcelo Zorzanelli, que visita este blog às segundas, que diz: “Viver dominado pelo passado ou preocupado com o futuro é a fórmula de uma existência ansiosa e triste, seja no trabalho, na família, no amor”.

A sincronia de acontecimentos me surpreendeu. Encontros e situações diferentes, a mesma mensagem essencial. Um dia após o outro. Nada de expectativas, de planos. A fórmula é exatamente o oposto de tudo o que aprendi com nossos pais e testemunho nessa nossa sociedade ocidental e capitalista. Minha mãe, filha da guerra, repetiu a vida inteira, como um mantra, sobre a importância de economizar, fazer planos, nunca me lançar em nada sem garantias, pensar na velhice, não arriscar, deixar vários projetos para “depois da aposentadoria”. Trabalhe, trabalhe, trabalhe. Garanta o seu futuro. OK. Planejar também é bom. Que seria de nós sem planos, sonhos, projetos, objetivos? Mas o que ocorre é que muitas vezes vivemos de olho em um futuro que jamais chega a se concretizar. A vida nos prega peças, afinal. Por que não pensar a respeito daquilo que se pode fazer agora, hoje, para tornar a vida mais agradável, ao invés de ficar o tempo todo “projetando o futuro”, articulando para colher frutos…lá na frente? Por que não tornar o trabalho que parece chato e esgotado de possibilidades mais interessante hoje?

Nossa tendência é pensar que tudo depende de uma imensa elaboração que só resultará em felicidade em algum ponto do futuro. Por que não estar presente em cada instante da jornada? Pode ser mais simples do que parece.

Por exemplo: dar uma caminhada matinal pode melhorar o humor de todo um dia. Dar uma parada para respirar e pensar a respeito do que se está de fato fazendo – saindo do automatismo e da pressa – pode levar a um novo jeito de executar algo aparentemente corriqueiro. Ler algumas páginas de um bom livro durante o dia. Desligar o celular ao dirigir. Andar pela rua olhando ao redor e não para o chão. Tomar sol. Comer apreciando e olhando para o que se come. Telefonar para alguém apenas para dar um alô carinhoso. Dar uma volta no quarteirão à luz da lua só para sentir a brisa da noite bater no rosto e desalinhar os cabelos. Andar na chuva.

Tudo isso são pequenos cuidados (carinhos?) que, porque não, podem garantir mais gotas de satisfação no dia a dia. São coisas que podemos fazer, mas muitas vezes não fazemos porque “achamos” que não temos tempo, temos preguiça, ou talvez acreditemos não merecer, mesmo. Preferimos ser autômatos, em função das próximas férias, da aposentadoria, do dia em que finalmente daremos aquela virada para “mudar de vida” e ter um ritmo mais calmo.

Vivemos vidrados nas telas de nossos celulares e iPads para saber quem nos contactou, qual a próxima missão, o que “estamos perdendo” de informação, na movimentação frenética do scroll bar do Twitter, do Pinterest, do Facebook. Enquanto batia a porta do taxi do velho motorista português, só pensava em mudar alguns dos meus planos para o futuro e deixá-los, porque não, para o presente.

Carpe Diem!

 

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Amor e Renúncia

A conversa informal, durante o café da manhã, foi mais uma oportunidade de aprendizado para os que ouviam aquela senhora de semblante calmo e cabelos embranquecidos pelas muitas primaveras já vividas.

Ela pôs o café e o leite na xícara e alguém lhe ofereceu açúcar. Mas a senhora agradeceu dizendo que não fazia uso de açúcar. Alguém alcançou rapidamente o adoçante, por pensar que deveria estar cumprindo alguma dieta.

Ela agradeceu novamente, dizendo que tomava apenas café com leite, sem açúcar, nem adoçante dietético.

Sua atitude causou admiração, pois raras pessoas dispensam o açúcar. Então ela contou a sua história.

Disse que, logo depois que se casara, havia deixado de usar açúcar. Imediatamente imaginamos que deveria ser para acompanhar o marido que, por certo, não gostava de doce.

Contudo, aquela senhora, que agora lembrava com carinho do marido já falecido há alguns anos, esclareceu que o motivo era outro.

Falou de como o seu jovem esposo gostava de açúcar, e falou também da escassez do produto, durante a Segunda Guerra Mundial.

Disse que, por causa do racionamento, conseguiam apenas alguns quilos por mês e que mal davam para seu companheiro.

Ela, que o amava muito, renunciou ao açúcar para que seu bem amado não ficasse sem.

Declarou que depois que a guerra acabou e a situação se normalizou, já não fazia mais questão de adoçar seu café e que havia perdido completamente o hábito do doce.

Hoje em dia, talvez uma atitude dessas cause espanto naqueles que não conseguem analisar o valor e a grandeza de uma renúncia desse porte.

Somente quem ama, verdadeiramente, é capaz de um gesto nobre em favor da pessoa amada.

Nos dias atuais, em que os casais se separam por questões tão insignificantes, vale a pena lembrar as heroínas e os heróis anônimos que renunciaram ou renunciam a tantas coisas para fazer a felicidade do companheiro ou da companheira.

Nesses dias em que raros cônjuges abrem mão de uma simples opinião em prol da harmonia do lar, vale lembrar que a vida a dois deve ser um exercício constante de renúncia e abnegação.

Não estamos falando de anulação nem de subserviência, de um ou de outro, mas, simplesmente, da necessidade de relevar ou tolerar os defeitos um do outro.

Não é preciso chegar ao ponto de abrir mão de algo que se goste, por mero capricho ou exigência do cônjuge, mas se pudermos renunciar a algo para que nosso amor seja feliz, essa será uma atitude de grande nobreza de nossa parte.

Afinal de contas, o verdadeiro amor é feito de renúncia e abnegação, senão não é amor, é egoísmo.

Se entre aqueles que optaram por dividir o lar, o leito e o carinho a dois, não existir tolerância, de quem podemos esperar tal virtude?

Se você ainda não havia pensado nisso, pense agora.

Pense que, quando se opta por viver as experiências do casamento, decide-se por compartilhar uma vida a dois e isso quer dizer, muitas vezes, abrir mão de alguns caprichos em prol da harmonia do lar.

Se você só se deu conta disso depois que já havia se casado, lembre-se de que a convivência é uma arte e um desafio que merece ser vivido com toda dedicação e carinho. Quando aprendermos a viver em harmonia dentro do lar, estaremos preparados para viver bem em qualquer sociedade.

* * *
O matrimônio é uma sociedade de ajuda mútua, cujos bens são os filhos – Espíritos com os quais nos encontramos vinculados pelos processos e necessidades da evolução.

Redação do Momento Espírita

domingo, 14 de outubro de 2012

Necessário e Dispensável

O consumismo atual responde por muitos problemas.

As indústrias do supérfluo apresentam no mercado da vacuidade um sem-número de produtos desnecessários, que aturdem os indivíduos.

Estimulados pela propaganda bem elaborada, desejam comprar, mesmo sem poder, o que vêem, o que lhes é apresentado, numa volúpia crescente.

Objectos e máquinas que são o último modelo, em pouco tempo passam para o penúltimo lugar, até ficarem esquecidos em armários ou depósitos de coisas sem valor.

No entanto, se não fossem adquiridos, naquela ocasião, a vida perderia o sentido para quem os não comprasse.

Consumismo é fantasia, transferência do necessário para o secundário.

O consumidor que não reflecte antes de adquirir, termina consumido pelas dívidas que o atormentam.

*

Muita gente faz compras, por mecanismos de evasão.

Insatisfeitas consigo mesmas, fogem adquirindo coisas mortas, e mais se perturbando.

Enquanto grande número de indivíduos se afogam no oceano do supérfluo, multidões inteiras não possuem o indispensável para uma vida digna.

Abarrotados, uns, com coisas nenhumas, e outros vitimados por terrível escassez.

São os paradoxos do século e do comportamento materialista-utilitarista da atualidade.

*

Confere a necessidade legítima, antes de te permitires o consumismo.

Coisas de fora não equacionam estados íntimos. Distraem a tensão por um momento, sem que operem real modificação interior.

Quando o excesso te visite, reparte-o com a escassez ao teu lado.

Controla e dirige a tua vontade, a fim de não seres uma vítima a mais do tormento consumista.



Pelo espírito Joanna de Ângelis
Do livro “Episódios Diários” - Médium: Divaldo Pereira Franco

Clique aqui para ler mais: http://www.forumespirita.net

sábado, 13 de outubro de 2012

Se Deus é menino e menina

Por Sofia Fernandes

“Você já ouviu falar na figura feminina de Deus?”, perguntou-me a moça com o olhar mais doce que eu poderia encontrar àquela hora, quase meia noite, em Nova York. Estava num Starbucks, desfrutando do que mais aprecio da franquia – internet livre e poltronas confortáveis -, quando me chegou aos ouvidos aquela voz.

De início, pensei que fosse uma cantada, vai saber. Mas eu estava esculhambada demais para receber tanta dedicação num flerte, raciocinei em seguida, recapitulando minha chinela no pé e o cabelo toscamente arranjado. E aquele olhar doce, aquele tom muito bem explicado tinham todo jeito de pregação, matutei melhor e certeiramente.

Em outras circunstâncias, não daria abertura ao falatório, paciência zero para proselitismo. Mas a figura feminina de Deus me pegou. Afrodite, Sarasvati, Iemanjá, Gaia? Quem mandou me chamar?
Quando viu que eu estava topando negócio, minha interlocutora prontamente sacou sua Bíblia, com capa customizada cor-de-rosa, da bolsa. “A revelação está logo na primeira página, leia”. Segui sua marcação feita com post-it verde-limão e fui em frente: “E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou”.

O sofisma estava lançado. Deus criou o homem à sua imagem. Macho e fêmea ele criou. Portanto, Deus é macho, Deus é fêmea.

Depois fomos para o fim da Bíblia, Apocalipse 21:9. “E veio um dos sete anjos que tinham as sete taças cheias das últimas sete pragas, e falou comigo, dizendo: Vem, mostrar-te-ei a esposa, a mulher do Cordeiro”.

Então é isso, o mundo surtando com interpretações sobre fim do mundo, o surgimento do anticristo, a vinda dos cavaleiros do Apocalipse, enquanto o último livro do cânone bíblico fala também da mulher do Cordeiro de Deus. Cadê Hollywood nessas horas?

Seguimos ao longo de várias outras marcações. Post-its rosa, amarelos, verdes indicavam outras passagens onde Deus fala no plural. Quem estaria com ele? Quem vai saber?

O Starbucks estava fechando, tivemos que encerrar ali nosso passeio pelo lado colorido da Bíblia. Ela me deu seu cartão da World Mission Society Church of God. A igreja, fundada em 1964 na Coreia do Sul, acredita também que a segunda re-encarnação de Jesus já passou por aqui, justo na figura do fundador da religião. Aí o papo azedou.

Para minha surpresa, logo depois do meu encontro revelador, surge a descoberta de um pedaço de papiro do século quatro, do tamanho de um cartão de visita, com a sugestão de que o filho de Deus não passava as noites frias da Galileia sozinho.

A descoberta da possível esposa de Cristo foi rapidamente rebatida pelo Vaticano: “É uma desajeitada falsificação, como muitas outras com origem no Oriente Médio”. É, não será dessa vez que Maria Madalena ganhará sua promoção historiográfica.

Pensei no cartão de visita que recebi, do tamanho do papiro. Cabe apenas o nome da igreja, uma citação bíblica e o e-mail dela: um apelido adolescente, underline, 16, arroba hotmail. Se achassem esse fragmento séculos depois, sinceramente não sei a que conclusão daria para chegar.  Portanto,  pouco importa se o papiro é real, se Jesus tinha ou não tinha uma esposa. O mais fascinante é que, no Egito do século quatro, é possível ter havido gente como a doce pregadora da madrugada nova-iorquina. Gente que tenta resolver uma lacuna crucial numa religião que guia espiritualmente tantas mulheres maravilhosas: onde está o feminino?

Publicado em Mulher 7 X 7 - Época

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

BALÃO MÁGICO - AMIGOS DO PEITO 1984


Por isso que eu afirmo:Nunca deixarei de ser criança. Assisti isso com minha filha e ainda gosto. Tanto que além de assistir estou compartilhando com vocês.

Aquarela


Assisti este vídeo é como voltar uns 25 anos no tempo.

A criança que você era teria orgulho do que você é?

Acordei ontem e, como é de costume, dei uma olhada no Twitter, que, como dizem por aí, é minha fonte primária de informação. Entre notícias internacionais e ecos dos tuiteiros da madrugada, uma pergunta retuitada por um amigo me chamou a atenção:
A criança que você era teria orgulho do que você é hoje?

Não sei se foi o sono extremo – acordo antes das seis -, os balanços que tenho feito ultimamente ou simplesmente a força da pergunta, mas me peguei o dia todo pensando nisso.

A gente vai vivendo, vivendo, boa parte da vida numa correria danada, que mal dá tempo pra pensar na nossa linha do tempo. Essas conexões entre passado e presente ficam meio sem liga, soltas no ar. Parece que fomos vários. Mas a verdade é que fomos – somos – um só.

O fato é que não consigo lembrar bem o que a criança que eu fui pensava que seria no futuro. Acho que normalmente as pessoas almejam o básico: um lindo amor, uma casa bacana, uma profissão que nos faça feliz, amigos em volta. Se era isso que eu pensava, acho a criança que eu fui se orgulharia de mim hoje.

Saindo do básico, porém, será que a criança que eu fui talvez não pensasse em algo mais? Um incrível feito, um ato heroico, uma atitude que mudasse o mundo? Crianças são assim. Eu fui assim: na minha mente moravam muitos personagens, gente que dialogava comigo dia e noite, com quem eu compartilhava acontecimentos mágicos ou simplesmente corriqueiros. Tenho a impressão de que aquela menina jamais se imaginaria, no futuro, numa existência banal, por melhor que fosse.

Então era isso que eu pensava, o dia todo, enquanto procurava, na minha história, aquilo de que a menina se orgulhasse. Confesso que eu estava quase desistindo. Ter mergulhado com tubarões no Taiti ou voado de ultraleve sobre as dunas de Natal não se pareciam nada com o que eu creio que ela, a criança, tivesse em mente.

Mas, de repente, uma luz se acendeu. E eu descobri aquilo que faz a menina que eu fui se orgulhar de quem eu sou.

Lá no fundo (e muitas vezes nem tanto), eu nunca deixei de ser criança.
Martha Mendonça é editora-assistente de ÉPOCA no Rio de Janeiro.

Nem eu. Por isso resolvi publicar este artigo aqui. A menina que eu fui tinha sonhos de se casar, de ser mãe, de ter um lar... mas, também queria ser independente, ter uma profissão... e acho que isso eu consegui... mas, ainda não deixei de ser criança e acho que jamais isso acontecerá.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

De filho para pai….



De pai para filho. Essa expressão geralmente é usada quando se faz um bom negócio ou se obtém alguma vantagem que só mesmo os pais podem conceder.
Mas hoje nós trouxemos uma mensagem de filho para pai que merece toda a nossa atenção, porque, se levada em conta, trará grandes vantagens a pais e educadores.

Queridos pais, antes que seja tarde demais…
Não tenham medo de ser firmes comigo. Eu prefiro assim, pois sua firmeza me traz segurança.
Não me tratem com excesso de mimos. Nem tudo o que eu peço me convém.
Não me corrijam na frente de outras pessoas. Prestarei muito mais atenção se vocês falarem comigo baixinho e a sós.
Não permitam que eu forme maus hábitos. Na minha idade, eu dependo de vocês para descobrir o que é certo ou errado.
Não façam promessas apressadas. Lembrem-se de que me sinto mal quando as promessas não são cumpridas.
Não me protejam das consequências dos meus atos. Às vezes, preciso aprender através da dor.
Não sejam falsos nem mentirosos. A falsidade me deixa confuso, desnorteado, e acabo perdendo a confiança em vocês.
Não me incomodem com ninharias. Se assim agirem, terei de proteger-me, aparentando surdez.
Nunca dêem a impressão de ser perfeitos ou infalíveis. O choque será grande quando eu descobrir que vocês estão longe disso.
Não digam que meus temores são tolices. Eles são terrivelmente reais para mim. Se vocês usarem de compreensão para comigo, ficarei mais sereno e tranqüilo.
Não deixem sem resposta as minhas perguntas. Do contrário deixarei de fazê-las e buscarei informações em algum outro lugar.
Não julguem humilhante um pedido de desculpas. Um perdão sincero torna-me surpreendentemente mais caloroso para com vocês.
E não se esqueçam, jamais, que para desabrochar e florescer, eu preciso de muita compreensão. E, acima de tudo, de muito amor.

Você, que é pai ou educador, lembre-se sempre de que sem criança não há futuro e nem esperança de dias melhores.
Educar e bem formar os pequeninos são fatores fundamentais para a construção de um Mundo mais humano e mais feliz.
E educar não quer dizer superproteger nem abafar com excesso de zelos, pois a criança é como uma planta nos jardins do mundo. O excesso de água pode afogá-la e a falta excessiva pode secá-la.

Pense nisso, mas pense agora!

Redação do Momento Espírita,
 com base em texto recebido
de Walmir Cardoso da Silva.