Cristóvam Aguiar |
Os animais são seres criados por Deus e por isso merecem
nosso amor, respeito e proteção. Doutrinas religiosas à parte, os animais estão
na terra como parte integrante da natureza, assim como a espécie humana.
Contudo, desde os primórdios da medicina, foram utilizados para estudo com o
objetivo de entender-se a sua fisiologia, as patologias às quais estão
sujeitos, sua similitude com as patologias humanas e a descobertas de formas de
tratamento e cura.
Seres humanos também são utilizados em pesquisas, por livre
vontade, forçosamente ou enganados. O continente africano é pródigo em
pesquisas nada éticas ou seguras com seres humanos, e pouco se fala nisso.
Aliás, as populações pobres do mundo inteiro são vítimas destes abusos, sem que
ninguém saia em defesa delas.
O fato é que a pesquisa é necessária, para descobrirmos como
tratar nossas doenças. E é graças à ciência que hoje, o ser humano vive muito
mais do que vivia há 50 anos. Devemos sim, combater os abusos, as maldades, as
atrocidades cometidas contra humanos ou animais de qualquer outra espécie, mas
não podemos deixar de aprender como as patologias nos acometem.
Se os manifestantes que invadiram um laboratório de pesquisas
e libertaram quase duzentos cães que eram utilizados em pesquisas, tivessem
invadido, por exemplo, uma criação de gansos que são forçados a comer
exageradamente para que o fígado cresça e aumente assim a produção de patê, eu
até entenderia. Mas um laboratório de pesquisas científicas, é inadmissível. Eis
os resultados da bravata: Dos 178 cães libertados a maioria foi abandonada ou
vendida, até pela internet. 10 anos de pesquisas foram perdidos. O laboratório
fechou as portas e 85 funcionários foram demitidos. Lamentável.
E nessa moda (agora é moda) de defesa de animais, em São
Paulo, duas equipes de policias investigaram por dois meses uma denúncia de
maus tratos a um gato. Uma inocente chegou a ser levada à delegacia. Por fim
descobriram que um gato, que não seguiu o dono quando este deixou a casa,
permanecia lá e miava muito. E não era de fome, porque o dono todos os dias
passava por lá para alimentá-lo. Quantos crimes cometidos contra seres humanos
estes policiais deixaram de investigar?
Enquanto isso, cientistas brasileiros aplicaram em
quatro macacos rhesos a primeira dose da vacina anti-HIV desenvolvida por dois
centros de pesquisa. Resultados preliminares sobre o potencial de proteção do
imunizante saem em abril. “As pessoas não entendem o quanto a saúde dos animais
está sendo cuidada aqui e quanto o teste pode impactar a humanidade no futuro. Esses
animais são tratados muito bem”, dizem os cientistas.
Pode ser a
salvação para milhares de pessoas infectadas no mundo inteiro. Mas vai que
aparece um bando de malucos e resolve “salvar” os macacos que, diga-se, não
estão ameaçados. O que acontecerá com os seres humanos que estão infectados?
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