Pequena análise do comportamento humano
nos permite perceber o quanto somos capazes de muito reagir e de pouco agir.
Basta uma pequena rusga no trânsito,
alguém que altere a voz em uma discussão, e a reação acontece.
Ou ainda, que alguém nos trate
rispidamente, ou que falte com a polidez para conosco para que desencadeie uma
imediata reação em nós.
Reagimos
de maneira impulsiva, algumas vezes, até violenta, e, consequentemente,
impensada.
Reagimos, de súbito, para logo mais
percebermos que poderíamos ter agido diferente. Qual animal ferido ou acuado,
reagimos para nos defender, sem analisar, refletir ou pensar. Assim se dá
porque vinculados a comportamentos ancestrais, trazemos o ímpeto de reagir, por
impulso, por instinto, sem raciocinar.
E, somente depois, a razão nos convida a
avaliarmos as consequências do que foi dito, ou a maneira como nos comportamos.
Por
outro lado, somos sempre vítimas de nossas reações, enquanto a ação nos permite
tomar a atitude que escolhemos, o procedimento que achamos mais adequado.
Se a reação é instintiva, a ação é
racional e reflexiva. Se ao reagir não nos damos conta ou não nos apercebemos
do estrago que podemos causar, o agir é analisado e pensado.
Dessa forma, se já percebemos que nossa
reação gera muito mais dificuldades e problemas do que soluções e
tranquilidade, faz-se hora de trocarmos a reação pela ação. Por exemplo, se
fazemos silêncio quando alguém nos dirige impropérios, é a ação da paz que foi
nossa opção. Fácil seria revidar na mesma moeda, reagir da mesma forma. Desafiador
é evitar a armadilha da reação e, lucidamente, optar pela clareza da ação.
Se alguém nos aborda de maneira grosseira,
e respondemos com gentileza, paciência e calma, é a ação da nossa compreensão
para com o outro. Talvez fosse mais fácil, pela força do hábito, nos
comportarmos com reciprocidade, devolvendo a grosseria que recebemos.
Porém, o grande desafio é deixar de
reagir, escolhendo o agir, que gerará sempre melhores resultados, posto que é
fruto do equilíbrio e da reflexão. E a transformação do nosso comportamento
acontecerá paulatinamente e será o resultado da disciplina no pensar, que gera
o hábito da reflexão, culminando pelo desarmar de nossas atitudes.
Portanto, já não mais vítima das palavras
rudes, do comportamento infeliz ou da atitude impensada. Que a análise e
reflexão de nossas atitudes possam fazer com que, aos poucos, a reação ceda
lugar a ações, pautadas em um comportamento de paz, lucidez e fraternidade.
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Quando reagimos, revidando ofensas,
agressões, descuidos alheios, passamos a sintonizar com quem as produziu.
A partir daí, mantemos uma
interdependência psíquica, que nos aprisiona em nuvens mentais de sentimentos
malsãos, que somente nos prejudicam, física e espiritualmente.
Optemos sempre pela ação ponderada e
gozemos de saúde, de tranquilidade, vivendo sem sintonia com aqueles que ainda
transitam pelas faixas da inconsequência ou da maldade.
Façamos isso e nos sentiremos leves,
felizes, plenificando-nos com as celestes bênçãos.
Redação do Momento
Espírita.
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