Mas, o que é
Eucaristia? Eucaristia é uma palavra grega, cujo significado é
"reconhecimento", "ação de graças", é uma celebração em
memória da morte sacrificial e ressurreição de Jesus Cristo. Também é
denominada "comunhão", "ceia do Senhor". É um ritual que
reproduz a última ceia, onde Jesus disse: "Este é o meu corpo . . . isto é
o meu sangue . . . fazei isto em memória de mim", com o intenção da
comunhão (comum-união) entre os católicos e Jesus. A hóstia, acreditam eles,
ser o próprio corpo do Cristo (Corpus Christi em latim), e o vinho o sangue.
Mas, os
protestantes da Reforma de Lutero, negavam a presença real de Cristo na
Eucaristia. Por isso, o catolicismo fortaleceu o decreto da instituição da
Festa de Corpus Christi, obrigando o clero a realizar a Procissão Eucarística
nas ruas das cidades, como manifestação pública da fé na presença real de
Cristo na Eucaristia. Tornou-se, então, uma disputa entre católicos e protestantes.
Então, o que
significa, para os espíritas, a frase: "Este é o meu corpo . . . isto é o
meu sangue . . . fazei isto em memória de mim"? Jesus, na última refeição
que fez com os apóstolos, tomou de um pão, deu graças e repartiu entre eles,
dizendo ser (simbolicamente) o "seu corpo", oferecido por eles. Da
mesma maneira Jesus fez com o cálice de vinho, dizendo ser (simbolicamente) seu
sangue, que também seria derramado para beneficia-los. E pediu: "façam
isto em memória de mim."
Para nós
espíritas, Jesus pediu para que os apóstolos (do cristianismo) compartilhassem
uns com os outros o pão de cada dia, seja o pão de trigo, seja o pão do
espírito, o pão da dor ou da alegria. Enfim, que doassem e se doassem,
derramando sangue, se preciso fosse, assim como ele fez por nós. Ele fez este
pedido porque sabia que sua doutrina não seria de fácil aceitação, por isso
concluiu: "se me perseguiram, também perseguirão a vós outros." Tanto
que seus apóstolos foram perseguidos e mortos barbaramente. Exemplo: Pedro, foi
crucificado de cabeça para baixo. E os cristãos novos morreram nas arenas
comidos por leões. E Jesus conclui pedindo que fizessem isto em memória dele,
ou seja, para que seus ensinamentos não ficassem esquecidos.
O que devemos
observar é que não devemos levar tudo que Jesus falou ao pé da letra. Vejamos
como exemplo esta outra passagem onde Ele disse: "Eu sou o pão da vida:
aquele que vem a mim não terá fome, e aquele que crê em mim jamais terá
sede." Se levarmos ao pé da letra, muitos cometerão suicídio, acreditando
que irá até Jesus para não sentir mais fome. O que seria um absurdo. E os que
creem Nele se perguntam "por que ainda sentem sede." Mas o que Jesus
quis dizer é que seus ensinamentos é o pão que alimenta nossa alma. E aquele
que buscá-los, nunca mais terá fome e sede, porque esta fonte, farta, pura e
cristalina de seus ensinamentos, nos oferece uma perspectiva de vida mais
nobre, bela e digna, marcada pelos valores do Bem e da Virtude.
Então
perguntemos: "Mas, por que há uma busca em igrejas e templos religiosos do
pão que sacia a fome e da água que sacia a sede, mas muitos continuam
sedentos?" Porque falta-nos a iniciativa de vivencia-las. Pois, isso pede
algumas mudanças drásticas em nossa vida, que nem sempre estamos dispostos a
efetuar. Por exemplo: perdoar, superar as ambições, eliminar os vícios,
combater os impulsos agressivos, ajudar o semelhante . . . Porque como disse
André Luiz: “O semelhante é a ponte que nos leva à Deus.” Mas, ainda há os que
acreditam agradar Deus e Jesus como no tempo de Moisés: com rituais, oferendas,
trocas, barganhas, sacrifícios de corpos e dispensar algumas horas no templo
religioso.
Respeitamos
tais procedimentos de outras religiões, mas precisamos mostrar a visão espírita
sobre o assunto. Nós espíritas, não adotamos rituais. Acreditamos que o
sacrifício que devemos fazer é o de alma. Por isso, não basta reconhecermos o
sacrifício de Jesus ou encenar seus gestos como se fosse um teatro. Temos que
vivenciar seus ensinamentos nas palavras e atos, o que é muito mais difícil.
Por isso, o Espiritismo enfatiza a necessidade da Reforma
Íntima.
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