A cantora Paula Fernandes declarou recentemente para a
imprensa que é adepta da Doutrina Espírita. Por conta de sua ousadia foi
hostilizada nas redes sociais. Custo a crer que algum líder religioso
incentive os fieis ao preconceito. Prefiro acreditar que se trata de
ações isoladas por parte de alguns exagerados.
No entanto, mesmo que seja ação isolada de um pequeno grupo
ainda assim é lamentável que em pleno século XXI alguém seja
discriminado por optar por esta ou aquela religião.
Aliás, qualquer tipo de discriminação é lamentável.
A Doutrina Espírita, lá atrás no século XIX, tratou de
iluminar e mostrar que a religião professada vale pouco. O que conta,
segundo os sábios da espiritualidade, é o bem praticado pelo homem em
sua passagem pela Terra.
Os Espíritos superiores não puxaram “ sardinha” para o lado
do espiritismo. Ou seja, podemos seguir o que bem entendemos em termos
de religião, porém o bem é sempre o norte, a segurança e o que realmente
vale.
Tenho a oportunidade de apresentar um programa pela
internet, chama-se Deus e as religiões. Entrevistamos líderes dos mais
diversos segmentos religiosos. Vamos ao pai de santo e também ao
pastor evangélico. Já estivemos com Ricardo Barreira, pai de santo,
padre Beto, pastora Paula Chaparro e outras pessoas mais.
Na entrevista que realizamos com a pastora Paula Chaparro
tive uma grande surpresa: Ela, a pastora, foi categórica: Não acredito
em religião! A religião não muda ninguém! Creio em Deus!
Maravilha, pastora! É por ai mesmo, nada de preconceito.
Somos todos Espíritos em busca da felicidade. Se a
encontramos em igreja, centro espírita ou terreiro isso pouco importa. O
fundamental é fazermos o bem. Ademais, temos o sagrado direito de
escolher o que é melhor para nossa vida.
As pessoas podem até discordar, entretanto o fato de divergir não lhes dá o direito de discriminar.
Porém, não adianta “tapar o sol com a peneira”. A terra
ainda é morada da incompreensão. Infelizmente a opção do outro ainda
mexe muito com nosso coração. É a nossa velha vontade de controlar e
impor o que pensamos.
Vale a pena ficarmos atentos em nossa postura a fim de que não analisemos apenas o rótulo esquecendo-nos da essência.
Quem assim age corre o risco de ser superficial.
Paula Fernandes, Joaquim da Silva, Lígia Maria e tantos outros têm o direito de fazer sua opção.
Nós temos o dever de respeitar.
Pensemos nisto!
Wellington Balbo (Bauru – SP) é membro da Rede Amigo Espírita
Wellington Balbo é professor universitário, escritor e palestrante espírita, Bacharel em Administração de Empresas e licenciado em Matemática. É autor do livro "Lições da História Humana", síntese biográfica de vultos da História, à luz do pensamento espírita, e dirigente espírita no Centro Espírita Joana D´Arc, em Bauru.
wellington_balbo@hotmail.com
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