Wellington Balbo* – Bauru SP
Atualmente discute-se muito sobre
segurança, mortes no trânsito, drogas, balas perdidas e tantas outras formas de
violência.
São assuntos que, claro, devem ser
sempre debatidos pela sociedade em geral para que os números diminuam e possa o
Homem peregrinar por este planeta da maneira mais tranquila possível.
Entretanto, não obstante à violência que
elimina o corpo físico do indivíduo, há outro tipo de violência que a meu ver é
mais maléfica à criatura: a violência espiritual, a que mata o Espírito, a que
arrebenta vidas por séculos e séculos.
Por conta de minha atividade
profissional venho percebendo: o que mais mata as pessoas não é a violência
física (claro, ela também mata), mas a violência espiritual que pode ser
resumida numa palavra: Crueldade.
Sim, se um tiro mata o corpo, se um
motorista embriagado ceifa vidas, não se pode esquecer que a crueldade mata o
espírito.
A palavra cruel dita à uma criança
sucessivas vezes, por exemplo, pode matar seu espírito para muitas
existências...
Vocês dirão: O Espírito não morre!
É? Tem certeza que o Espírito não morre?
Claro que morre; morre de crueldade.
Não podemos ser matadores de Espíritos!
A questão de número 208 de O livro dos
Espíritos afirma que os pais exercem uma influência muito grande sobre a alma
infantil, sendo, pois, responsáveis por educá-la nos caminhos do bem.
Ampliando um pouco mais compreende-se
que a influência entre os Espíritos não se dá apenas na relação pais e filhos,
mas de forma geral e sistêmica.
Estamos todos conectados neste Universo
real e virtual!
Ou seja, ao estabelecermos contato com
outras pessoas estamos influenciando e sendo influenciados, independentemente
da idade biológica.
Gozações e piadas de mau gosto, por
exemplo, feitas sucessivas vezes com um amigo adulto pode, obviamente, influenciá-lo
a considerar-se um ser a parte na criação.
Muitos suicídios começam por ai. E, não
pense que exagero, caro leitor, basta pesquisar o que se encontra por trás do
autoextermínio e verificará o que aqui afirmo.
Portanto, jamais joguemos lama nos
outros, isto é cruel de nossa parte.
Melhor a palavra que dá vida, que anima
o espírito de disposição, que incentiva o outro a prosseguir em sua jornada, se
possível feliz...
Porém, voltando às crianças, eu lido com
elas diariamente e tenho visto a importância do reforço positivo em seus
desenvolvimentos.
É necessário dar vida ao Espírito e não
tirar-lhe o brilho nos olhos e a vontade de viver com alegria.
Percebo que, naquelas pequeninas almas
velhas, a falta de brilho nos olhos é em decorrência de uma frase absurda ou um
comentário maldoso dito sucessivas vezes à elas.
E isto, claro, vem aos poucos matando o
seu espírito, a sua vontade de viver.
E, infelizmente, muitos pequenos crescem
doentes, enfermos da alma, repletos de traumas, sem brilho nos olhos, sem
vontade de viver por conta da violência que ficou impressa em seu espírito.
Por isso digo que o Espírito morre, não
no sentido literal da morte, mas morre para a vida ao levar uma existência
apática, sem brilho, sem cor.
Ah, se tivéssemos ideia real da força
das palavras pensaríamos muito antes de “matar o Espírito”.
E, sejamos sinceros, para o Espírito
retomar a vida depois de ser morto pela crueldade humana vai um tempo grande,
mas muito grande mesmo, não raro, leva várias existências para tornar a viver...
Pensemos nisto com carinho...
Wellington Balbo é professor universitário, escritor e palestrante espírita, Bacharel em Administração de Empresas e licenciado em Matemática. É autor do livro "Lições da História Humana", síntese biográfica de vultos da História, à luz do pensamento espírita, e dirigente espírita no Centro Espírita Joana D´Arc, em Bauru.
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