quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Poema de Gibran



“Vós nascestes juntos e juntos permanecereis para todo o sempre.
Sim, juntos estareis até a memória silenciosa de Deus.
Mas que haja espaço na vossa junção.
E que os ventos do céu dancem entre vós.
Amai-vos um ao outro, mas não façais do amor um grilhão.
Que haja antes um mar ondulante entre as praias das vossas almas.
Enchei  a taça um do outro, mas não bebais da mesma taça.
Daí do vosso pão um ao outro, mas não comais do mesmo pedaço.
Cantai  e dançai juntos, mas deixai cada um de vós  estar  sozinho.
Assim como as cordas da lira são separadas e,  no entanto,  vibram na mesma harmonia.
Dai vossos corações,  mas não confieis à guarda um do outro.
Pois somente a mão da vida pode conter vossos corações
E vivei juntos, mas não vos aconchegueis em demasia
Pois as colunas do templo erguem-se separadamente,
E o carvalho e o cipreste não crescem a sombra um do outro.

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