Vasculhando meus arquivos, encontrei este texto da psicóloga Ana Luisa Testa e decidi dividir com as pessoas que, como eu, estão nesta fase maravilhosa da vida e seguem o seu curso natural.
Sempre ouvimos falar
da “crise da meia idade”. Algo que assombra aqueles indivíduos na transição
entre a idade adulta e a terceira idade… para alguns, ela vem mais cedo. Para
outros, vem mais tarde. Seja como for, esta ligada a perda concretas – como a
saída dos filhos de casa, separação conjugal, aposentadoria, saúde, etc. – como
também à perdas mais simbólicas – juventude, potencialidade, beleza
possibilidades e a mais séria: perda da identidade.
Já não somos mais aquilo que pensávamos
ser. Na idade adulta nos agarramos muito aos papéis sociais que nos esforçamos
tanto para conseguir – mãe, pai, advogado, psicóloga, diretor, mulherão, e por
aí vai. Quando não podemos basear nossa identidade nesses papéis, a crise do
“quem sou eu?” “qual é o sentido da vida?” começa.
É uma crise que nos conduz em
direção a espiritualidade e a um senso de self mais verdadeiro que o anterior.
Como toda crise, existe sofrimento aí… quase como um perder o chão. Mas o que
perdemos realmente é a nossa persona. E está tudo bem em perdê-la. Já não nos
serve mais. E abrir mão disso nos dá a possibilidade de encontrarmos um “eu”
mais individual (mas não individualista).
Essa transição pode ser tão terrível
que muitos não se permitem passar por ela. Não enfrentam o processo de
envelhecimento, apenas lutam muito para não sair do estágio do adulto. É quase
como os adolescentes que temos com 30 anos nos dias de hoje…
A vida tem seu curso natural… e quem
se entregar a ele vai sim passar por momentos difíceis. Mas encontra também o
tesouro de cada etapa desse curso!
Ana Luisa Testa é psicóloga (CRP-08/13389) clínica e
atua na cidade de Curitiba – PR. É formada pela Universidade Estadual de
Londrina, com especialização em psicoterapia corporal e também em psicologia
analítica. Tem artigos publicados na área, assim como trabalhos divulgados em
congressos e aulas ministradas na UEL sobre a psicologia corporal para o curso
de artes cênicas. Tem como principal abordagem a teoria junguiana.
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